sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Minas receberá curso de sexo oral para homens que lotou turma em Salvador

Quando a educadora sexual e jornalista Aline Castelo Branco divulgou o curso de sexo oral para homens que aconteceria em novembro em Salvador para testar o interesse do público masculino, foi surpreendida com inúmeras mensagens. Mesmo assim, a especialista não tinha certeza se o interesse se concretizaria em inscrições (relembre na reportagem do Saúde Plena). Fato é que na noite desta quarta-feira (25/11) 60 participantes estiveram presentes na Associação Baiana de Medicina para ter aulas sobre a anatomia da mulher, técnicas de movimentos da língua, toque das mãos e respiração. Os exercícios práticas foram realizados com frutas e próteses de vagina de silicone.

Foi a insatisfação das mulheres brasileiras com o sexo oral praticado por seus parceiros e companheiros que motivou a idealização do curso. Em 2016, Minas receberá o curso presencial, mas a data ainda não está definida. Enquanto isso, os interessados poderão baixar, a partir de janeiro, a versão do curso online.

Aline Castelo Branco, conhecida por idealizar cursos práticos voltados para melhorar a experiência sexual de casais heterossexuais, mas até então voltados exclusivamente para mulheres, afirma que trabalhar com homem foi uma experiência única: “Por conta do machismo achei que esse curso não iria dar certo, mas eles gostaram tanto que pediram para ter uma segunda edição com um tempo maior. Eles ficaram atentos aos ensinamentos, fizeram os exercícios, tiraram dúvidas, foi um encontro divertido e enriquecedor. Vejo que cada vez mais estamos rompendo a barreira social que impõe regras no ato sexual. Sexualidade como sempre digo é aprendida”.

Aula começou com um panorama sobre o que é sexualidade e os pontos erógenos da mulher (Foto: Kleber Mascarenhas)
  
A educadora sexual conta que a aula começou com um panorama sobre o que é sexualidade e os pontos erógenos da mulher. Os participantes responderam a um questionário em que servirá como avaliação individual do desempenho de cada um. Aline Castelo Branco ensinou os principais erros cometidos pelos homens no ato do sexo oral. Na sequência, a ginecologista Karla Kalil, mostrou a diferença entre vulva, vagina e clitóris. Os exercícios práticos foram conduzidos pelo instrutor Daniel Rabelo e o treino foi realizado com frutas, que simularam uma vulva.

O psicólogo Luciano Costa foi um dos inscritos e saiu de São Paulo para conhecer as técnicas. “Foi algo inovador. Muitas coisas nem sequer sabia e não tenho vergonha de dizer isso. Ter informação e conhecimento é algo que só acrescenta ao nosso desenvolvimento pessoal”.
Fonte:Blog do BG

Instituto Evandro Chagas confirma primeira morte por vírus Zika no país

O Instituto Evandro Chagas confirmou hoje (27) o primeiro caso de morte por vírus Zika no país. A doença é transmitida por meio da picada do Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya.
Segundo o instituto, o paciente morava no Maranhão e a morte ocorreu em junho. O caso foi encaminhado para a instituição, com sede em Belém, por ser referência nacional em febres hemorrágicas.
O paciente tinha lúpus, uma doença que afeta o sistema imunológico, e por isso não resistiu à zika. O Instituto Evandro Chagas notificou o Ministério da Saúde.
A assessoria do ministério disse que recebeu os dados, analisa as informações repassadas e vai divulgar um posicionamento sobre o assunto na próxima semana.
O vírus Zika é caracterizado por febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dores nas articulações e erupção cutânea com pontos brancos e vermelhos, além de dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas. A maior parte dos casos não apresenta sintomas. O tratamento é sintomático com uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica.
Os casos de vírus Zika vem chamando atenção nas últimas semanas devido a possíveis ligações da doença com o aumento de microcefalia no Nordeste.
Fonte:Agência Brasil

Neurocientista da Harvard: Meditação não apenas reduz estresse, ela muda o seu cérebro

Sara Lazar, neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, foi uma das primeiras cientistas a aceitar as subjetivas reinvindicações a respeito dos benefícios da meditação e atenção plena e a testa-los com o uso de tomógrafos computadorizados. O que ela encontrou a surpreendeu – que a meditação pode, literalmente, mudar seu cérebro. Ela explica:

Porque você começou a prestar atenção para a meditação, atenção plena e o cérebro?

Eu e uma amiga estávamos treinando para a maratona de Boston. Tive algumas lesões por esforço e procurei um fisioterapeuta, que me disse para parar de correr e apenas fazer alongamentos. Então comecei a praticar ioga como forma de fisioterapia. Percebi que era muito poderoso, que eu tinha benefícios reais, então fiquei interessada em saber como funcionava.
A professora de ioga usou de vários argumentos, dizendo que a ioga iria aumentar a compaixão e abrir o coração. E eu pensei: “ok,ok,ok, estou aqui para alongar”. Mas comecei a perceber que eu estava mais calma. Estava mais apta a lidar com situações mais difíceis. Estava mais compassiva e com o coração mais aberto, e capaz de ver as coisas pelo ponto de vista dos outros.
Pensei, talvez fosse apenas uma resposta placebo. Mas então fiz uma pesquisa bibliográfica da ciência, e vi evidências de que a meditação havia sido associada à diminuição do estresse, da depressão, ansiedade, dor e insônia, e ao aumento da qualidade de vida.
A essa altura, estava fazendo meu PhD em biologia molecular. Então simplesmente resolvi mudar e comecei a fazer essa pesquisa como um pós- doutorado.

Como você fez essa pesquisa?

O Primeiro estudo avaliou meditadores de longa data versus um grupo controle. Descobrimos que os meditadores de longa data tem a massa cinzenta aumentada na região da ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo e o sensorial. O que faz sentido. Quando você tem atenção plena, você está prestando atenção à sua respiração, aos sons, a experiência do momento presente, e fechando as portas da cognição. É lógico que seus sentidos sejam ampliados.
Também descobrimos que eles tem mais massa cinzenta no córtex frontal, o que é associado à memória de trabalho e a tomada de decisões administrativas.
Já está provado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – se torna mais difícil entender as coisas e se lembrar das coisas. Mas nessa região do córtex pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade tinham a mesma quantidade de massa cinzenta que pessoas de 25 anos.
Então a primeira pergunta foi, bem, talvez as pessoas com mais massa cinzenta no estudo já tivessem mais massa cinzenta antes de terem começado a meditar. Então fizemos um segundo estudo.
Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e colocamos um grupo deles em um programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.

O que você descobriu?

Descobrimos diferenças no volume do cérebro depois de oito semanas em cinco regiões diferentes dos cérebros dos dois grupos. No grupo que aprendeu meditação, encontramos um aumento do volume em quatro regiões:
  1. A diferença principal encontramos no giro cingulado posterior, o qual está relacionado às lembranças e auto- regulação.
  2. O hipocampo da esquerda, o qual dá suporte ao aprendizado, cognição, memória e regulação emocional.
  3. A junção temporoparietal, ou JTP, à qual está associada a tomada de decisões, empatia e compaixão.
  4. Uma área do tronco do cérebro chamada de Ponte, onde muitos neurotransmissores reguladores são produzidos.
amigdala, a parte do cérebro responsável pelo instinto de ataque ou fuga, e que é importante nos aspectos da ansiedade, medo e estresse em geral. Essa área ficou menor no grupo que participou do programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.
A alteração na amigdala também foi associada a uma redução nos níveis de estresse.

Então por quanto tempo alguém precisa meditar até que comece a ver mudanças no seu cérebro?

Nossos dados mostram mudanças no cérebro após apenas oito semanas. Em um programa de atenção plena com foco na redução de estresse, nossos pesquisados participaram de uma aula por semana. Eles receberam uma gravação e foram solicitados a praticar por 40 minutos por dia em casa. E foi assim.

Então, 40 minutos por dia?

Bem, foi altamente variável no estudo. Algumas pessoas praticaram 40 minutos todos os dias. Algumas praticaram menos. Algumas apenas umas duas vezes na semana.
No meu estudo, a média foi de 27 minutos por dia. Ou em torno de meia hora por dia.
Ainda não existem dados suficientes sobre quanto alguém precise praticar para se beneficiar.
Professores de meditação lhe dirão, apesar de não existir absolutamente nenhuma base científica para isso, que comentários de estudantes sugerem que 10 minutos por dia podem trazer benefícios subjetivos. Ainda precisamos testar.
Nós estamos apenas começando um estudo que, com grande esperança, nos permitirá acessar quais são os significados funcionais dessas mudanças. Estudos de outros cientistas mostraram que a meditação pode melhorar a atenção e a habilidade de regular a emoção. Mas a maioria dos estudos não foi com neuroimagens. Então agora estamos esperançosos em trazer o aspecto comportamental e a ciência da neuroimagem para trabalharem juntos.

A partir do que já sabemos da ciência, o que você encorajaria os leitores a fazer?

Atenção plena é similar a um exercício. É uma forma de exercício mental, na realidade. E assim como o exercício melhora a saúde, nos ajuda a administrar melhor o estresse  e promove longevidade, a meditação se propõe a partilhar alguns desses mesmos benefícios.
Mas, assim como o exercício, não pode curar tudo. Então, a ideia é de ser útil como uma terapia de apoio. Não é uma coisa em separado. Já foi usado com muitos outros distúrbios e os resultados variam tremendamente – impactam alguns sintomas, mas não todos.  Os resultados são às vezes modestos. E não funciona para todos.
Ainda está muito cedo para se tentar concluir o que a meditação pode ou não fazer.

Então, sabendo-se das limitações, o que você sugeriria?

Lazar: Parece sim ser benéfico para a maioria das pessoas. A coisa mais importante, se você for tentar fazer, é encontrar um bom professor. Porque é simples, mas também é complexo. Você precisa entender o que está acontecendo na sua mente. Um bom professor não tem preço.

Você medita? E você tem um professor?

Sim e sim.

Que diferença fez em sua vida?

Tenho feito isso por 20 anos, então tem uma influência profunda em minha vida. Dá muito “chão” (ancoragem). Reduz o estresse.  Me ajuda a pensar mais claramente. É maravilhoso para interações interpessoais. Tenho mais empatia e compaixão pelas pessoas.

Qual a sua prática pessoal?

Altamente variável. Alguns dias pratico 40 minutos. Alguns dias cinco minutos.  Alguns dias não pratico nada. É muito parecido com exercício. Exercitar-se  três vezes por semana é maravilhoso. Mas se tudo o que você pode fazer é se exercitar um pouquinho todos os dias, isso também é uma coisa boa. Tenho certeza de que se praticasse mais me beneficiaria mais. Não tenho ideia se estou tendo mudanças no meu cérebro ou não.  E é isso que funciona para mim nesse momento.
Fonte:]Nowmaster