Governo estuda novas regras para facilitar portabilidade do crédito imobiliário
A alteração facilitaria a transferência de crédito
imobiliário de um banco para outro que oferecesse mais vantagens para o
mutuário.
O Ministério da Fazenda confirmou que o governo estuda regras que
facilitem a portabilidade do crédito imobiliário. A área técnica do
governo está finalizando os estudos, mas não foi divulgada uma data para
o anúncio das medidas com os ajustes na portabilidade. A alteração
facilitaria a transferência de crédito imobiliário de um banco para
outro que oferecesse mais vantagens para o mutuário. A portabilidade,
segundo o Ministério da Fazenda, está em vigor desde setembro de 2006.
O
assunto passou a ser destaque depois de o governo anunciar a nova regra
para a caderneta de poupança, no último dia 3. A mudança estabeleceu
alteração na remuneração da aplicação quando a taxa básica de juros, a
Selic, estiver em 8,5% ao ano ou menor do que esse patamar. Nesse caso, o
rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).
Atualmente, a Selic está em 9% ao ano. Assim, a remuneração continua
sendo 0,5% ao mês mais a TR.
Para tentar esclarecer os
poupadores, foi publicada uma lista com perguntas e respostas no site do
ministério, incluindo as questões sobre o crédito imobiliário. O
ministério procura esclarecer que “não há vinculação direta entre a
alteração na remuneração dos novos depósitos de poupança e a redução nas
taxas de juros dos financiamentos habitacionais já existentes, até
porque estes são instrumentos juridicamente perfeitos que devem ser
respeitados”.
Por outro lado, o argumento do Ministério da
Fazenda é que a redução nas taxas de juros da economia terminará
incentivando os bancos a financiarem imóveis a taxas menores do que as
dos contratos já firmados e, diante desse quadro, os mutuários devem
exercem o direito de portabilidade. Como o governo anunciou a mudança no
cálculo da poupança justamente para abrir caminho para uma eventual
queda nos juros, os contratos antigos passarão a ser menos vantajosos à
medida que as taxas ficarem menores.
No último dia 4, o
secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, informou à
Agência Brasil que a expectativa do governo é ter, daqui a alguns anos,
uma taxa de juros que flutue entre 4% e 8%. De acordo com o boletim
Focus do Banco Central (BC), a taxa básica de juros (Selic) que, como o
nome diz, serve como base de cálculo para as demais taxas, terminará o
ano em 8,5% ao ano. Os dados do documento, no entanto, refletem dados
até o dia 4 de maio, quando começaram a valer as novas regras da
poupança. O Comitê de Política Monetária do Banco Central deverá ser
reunir nos próximos dias 29 e 30 de maio para definir a tendência do
índice.
O Ministério da Fazenda também esclarece aos mutuários
que a mudança na regra na caderneta de poupança não reduzirá o valor da
prestação no financiamento da casa própria dos contratos já existentes.
Isso porque os contratos de financiamento imobiliário, em sua maioria,
apresentam uma taxa fixa, com correção do saldo devedor pela Taxa
Referencial (TR) e não dependem diretamente da Selic, embora a mesma
taxa tenha certa influência no valor da TR.
O Ministério da
Fazenda garante que o risco de um eventual descasamento entre os ativos e
passivos da fonte de recursos (funding) do financiamento imobiliários
não será alterado, mas descarta a diminuição dos recursos para o crédito
habitacional já que não há expectativa de queda no volume dos depósitos
em poupança. No último dia 8, o Banco Central informou que a poupança
teve melhor resultado para abril desde 2007, com os depósitos superando
as retiradas em R$ 1,977 bilhão.
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