quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pâncreas artificial, que será testado em 2016, é esperança para diabéticos

Projeto utiliza engenharia genética para produção de insulina.
Células pancreáticas ficarão em 'bolso' do lado de fora do abdômen.

Um disco ultrafino de polímero, pouco maior do que um CD, implantado no abdômen poderia mudar a vida de milhões de diabéticos que dependem de insulina. O pâncreas bioartificial, desenvolvido por pesquisadores franceses, será testado pela primeira vez em humanos em 2016.
Com o dispositivo, os pacientes não terão mais de receber injeções diárias de insulina: o hormônio será fabricado naturalmente pelas células do pâncreas (obtidas por engenharia genética a partir de células-tronco), dispostas dentro do bolso artificial.
Este projeto, cuja aplicação em grande escala não deve ocorrer antes de 2020, "levanta muitas esperanças e expectativas" para 25 milhões de pessoas com diabetes do tipo 1 em todo o mundo, diz Séverine Sigrist, pesquisadora da start-up francesa Defymed, responsável pelo protótipo.
A ideia de um pâncreas bioartificial foi inspirada na técnica de transplante de células pancreáticas, destinadas a suprir a deficiência do pâncreas e fazer com que o organismo passe a fabricar a insulina por conta própria, regulando assim a quantidade de açúcar no sangue. O problema dessa técnica é que, com a escassez de células para transplante, ela só pode beneficiar uma pequena minoria de doentes. Ela também exige o tratamento com medicamentos imunossupressores, que trazem vários efeitos colaterais.
"Daí a ideia de projetar um tipo de uma pequena caixa dentro da qual seriam colocadas as células pancreáticas, para que elas fiquem abrigadas contra o ataque do sistema imunológico", diz Séverine.
O desafio foi projetar uma membrana semipermeável, que garanta tal proteção ao mesmo tempo em que permita a passagem da insulina e também dos açúcares, para que as células pancreáticas "saibam" o quanto de insulina devem produzir.
O disco de polímero será implantado no abdômen durante uma pequena cirurgia, e deve ser substituído a cada 4 ou 6 anos. No interior, as células pancreáticas serão renovadas, por meio de uma injeção subcutânea, a cada 6 ou 12 meses. Os pesquisadores observam que essa quantidade de injeções não tem nem comparação com o tanto de picadas que um paciente que depende de insulina tem que levar ao longo da vida.
20 anos de pesquisa
O desenvolvimento dessa membrana levou mais de 20 anos de pesquisa e 6 milhões de euros. O valor corresponde ao imenso potencial econômico da inovação, estimado em 4 bilhões de dólares.
Depois de testes em animais, um estudo com 16 voluntários deverá começar no fim de 2015 ou início de 2016, em Montpellier, no sul da França e em Oxford, no Reino Unido. Os primeiros resultados devem estar disponíveis no final de 2017.
Se for bem-sucedido, o tratamento poderá libertar os diabéticos do "fardo" que representa o tratamento diário com insulina, diz o médico Michel Pinget, diretor do Centro Europeu para o Estudos da Diabetes (CEED), que lidera o projeto em Estrasburgo.
"Quando você é diabético, gosta de toda novidade que possa melhorar o cotidiano", diz Éric Dehling, presidente da associação Insulib, que reúne mais de uma centenda de pacientes do leste da França. Para ele, as novas tecnologias, como as canetas e as bombas de insulina, já melhoraram a vida dos diabéticos. Mas o pâncreas bioartificial permite que eles sonhem com uma "qualidade de vida ainda melhor".
Fonte:G1/Bem Estar

Processo de Silveira contra jornalista ganha repercussão nacional

O processo movido pelo Prefeito de Mossoró, Silveira Júnior (PSD), e recente condenação, em 1° grau, do jornalista Dinarte Assunção, do Portal no Ar, ganhou repercussão nacional. Os portais Comunique-se – portal.comunique-se.com.br – e Imprensa –www.portalimprensa.com.br –, dedicados à área da comunicação, destacaram a decisão da juíza Welma Maria Ferreira de Menezes a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Dinarte foi condenado por comparar, em artigo, Silveira Júnior a Odorico Paraguaçu, lendário prefeito de Sucupira, a fictícia cidade da novela “O Bem Amado” da Rede Globo exibida em 1973.
No texto, o jornalista informou que a administração municipal ordenou o timbre da gestão nos caixões distribuídos a quem por eles não pode pagar. "Os feitos de Silveira Júnior me remeteram a Odorico Paraguaçu, o cômico prefeito de 'O Bem Amado', que transformou em obsessão seu desejo em inaugurar o cemitério de Sucupira. Silveira e Odorico estão separados da realidade e ficção por uma fina camada de ironia", dizia a publicação veiculada em agosto de 2014.
A magistrada fixou pena de 2 meses e 20 dias de detenção, convertido em multa de quase R$ 4 mil.
Em sua sentença, a juíza afirmou que a liberdade de imprensa tem limites. "Há limites à liberdade de imprensa, posto que não é dado a quem exerce o jornalismo, o direito de, dolosamente, atingir a honra de quem quer que seja. Ademais, a interpretação de um determinado texto tem que ser realizada no seu todo, e não em trechos individuais, sendo que, examinando-se o texto de autoria do querelado denota-se clara a intenção de ser atingida a honra do querelante, ao compará-lo a um personagem fictício de questionável conduta moral", diz a decisão de Welma Maria.
Para pedir a condenação do jornalista, o Ministério Público argumentou que Dinarte Assunção atingiu a honra de Silveira Júnior ao compará-lo a Odorico Paraguaçu.
O Portal no Ar publicou editorial defendendo que o nome do jornalista Dinarte Assunção não deve ser lançado no rol dos culpados. O Portal disse que o jornalista não ofendeu a dignidade de “Sua Excelência o Prefeito de Mossoró”, não tendo cometido crime algum. “(ele) Apenas opinou sobre um desastrado programa assistencialista”, acrescenta o editorial.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RN (SINDJORN) publicou Nota de Repúdio criticando a situação a que foi submetida Dinarte Assunção e afirmando que defende e sempre defenderá o direito à crítica, “principalmente o direito do fazer jornalístico”.
Nas redes sociais, “choveram” críticas à iniciativa de Silveira Júnior de condenar o jornalista.
Dinarte Assunção informou que vai recorrer da decisão.
MAGNOS ALVES - JORNAL DE FATO
Editor de Política
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