quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ex- prefeito Popó derrota grupo da prefeita Evilásia

As elei­ções do úl­ti­mo dia 3 de ou­tu­bro ser­viu de aler­ta para quem pen­sa­va que o ex-prefeito de Patu, Pos­si­dô­nio Quei­ro­ga, o Popó (PTB) es­ta­va po­li­ti­ca­men­te "morto". O ex-prefeito que sem­pre mos­trou uma in­crí­vel ca­pa­ci­da­de de re­cu­pe­ra­ção, saiu do plei­to como o gran­de ven­ce­dor na dis­pu­ta com o grupo da pre­fei­ta Evi­lá­sia Gil­dê­nia (PSB).

Nas elei­ções do úl­ti­mo do­min­go, Pos­si­dô­nio con­se­guiu fazer com que todos os can­di­da­tos apoia­dos por ele no Es­ta­do saís­sem vi­to­rio­sos nas urnas. De­pu­ta­da fe­de­ral mais vo­ta­da em Patu, com 1.858 votos, San­dra Ro­sa­do (PSB) re­ce­beu apoio de Popó, a exem­plo do que ocor­reu com o.de­pu­ta­do es­ta­dual, Gus­ta­vo Car­va­lho, cam­peão de votos na ci­da­de de Patu, com 1.313 votos. Popó apoiou a go­ver­na­do­ra elei­ta, Ro­sal­ba Ciar­li­ni e o se­na­dor José Agri­pi­no, ambos do DEM. Com o re­sul­ta­do das elei­ções fica claro que a su­ces­são da pre­fei­ta Evi­lá­sia Gil­dê­nia em 2012 pas­sa­rá por Popó ou por um can­di­da­to apoia­do por ele, pos­si­vel­men­te seu filho, Tiago Quei­ro­ga.

O grupo da atual pre­fei­ta Evi­lá­sia, que tem como li­de­ran­ça o ex-prefeito, es­po­so e mé­di­co, Ed­nar­do Moura, saiu da cam­pa­nha con­ta­bi­li­zan­do pre­juí­zos po­lí­ti­cos. Além de ter sido der­ro­ta­do pelo ex-prefeito o grupo de Ed­nar­do ainda terá que en­fren­tar o des­gas­te de uma de­nún­cia feita junto ao Mi­nis­té­rio Pú­bli­co Es­ta­dual, que apon­tam su­pos­tas ir­re­gu­la­ri­da­des na rea­li­za­ção da 27ª Feira da Cul­tu­ra de Patu, entre os dias 7 e 14 de se­tem­bro deste ano. De acor­do com o In­qué­ri­to Civil pu­bli­ca­do no Diá­rio Ofi­cial houve, para este even­to, uma su­pos­ta con­tra­ta­ção de gru­pos mu­si­cais com a dis­pen­sa de li­ci­ta­ção.

A pre­fei­ta Evi­lá­zia Gil­dê­nia e au­xi­lia­res estão sendo in­ves­ti­ga­dos e de­ve­rão apre­sen­tar à Pro­mo­to­ria ex­pli­ca­ções sobre a rea­li­za­ção do even­to sem o al­va­rá do Corpo de Bom­bei­ros, o que ofe­re­ceu risco aos ci­da­dãos que par­ti­ci­pa­ram da festa. Se­gun­do cons­ta no In­qué­ri­to Civil, o Corpo de Bom­bei­ros foi co­mu­ni­ca­do da rea­li­za­ção do even­to sem a an­te­ce­dên­cia ne­ces­sá­ria para a rea­li­za­ção da vis­to­ria pre­ven­ti­va.

A pro­mo­to­ra de Jus­ti­ça Mi­cae­la For­tes de­ter­mi­nou ainda que fos­sem en­via­das à pro­mo­to­ria có­pias dos do­cu­men­tos que dis­pen­sa­ram a rea­li­za­ção de li­ci­ta­ção para a con­tra­ta­ção das ban­das, e ex­pli­ca­ções sobre o pos­sí­vel di­re­cio­na­men­to para a con­tra­ta­ção de uma banda que teria um vín­cu­lo pes­soal com um Se­cre­tá­rio Mu­ni­ci­pal de Patu.
correio da tarde

UFRN diz que alunos não podem portar armas na instituição e comando da PM discorda

A polêmica que envolve o uso de armas de fogo em ambientes públicos por policiais que não estão em serviço chegou à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A direção do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) enviou, na última segunda-feira, uma nota aos alunos e funcionários sobre a ilegalidade da posse por PMs e agentes civis nas salas de aula da instituição. Embora não seja proibitivo, o texto ressalta que o uso da arma só se justifica nos casos em que o servidor esteja em serviço no local.

O coronel Araújo Silva, comandante geral da PM, contudo, contesta a informação, afirmando que o policial tem o direito de usar sua arma, registrada, em todo o território nacional, mesmo fora do serviço, mas ponderou que a atitude não é "conveniente". De acordo com o diretor do centro, professor Márcio Valença, o CCHLA nunca registrou qualquer incidente em sala de aula com policiais armados, mas teria recebido várias denúncias acerca do porte de revólveres ou pistolas, que estaria deixando alguns alunos e funcionários constrangidos e incomodados. "Por isso, resolvemos acionar a Procuradoria Jurídica da UFRN para emitir um parecer sobre o assunto".

Segundo a nota, o aluno policial não está no exercício de suas funções quando em atividade acadêmica nem investido da qualidade de agente público, ficando a segurança do ambiente universitário a cargo de sua administração. "Importante salientar, todavia, que a instituição não deverá coibir o porte de arma em suas dependências", acrescentou.

O uso , conforme a nota, deve ser solicitado pelo comandante geral da PM ou pela autoridade de Polícia Civil competente à reitoria, que poderá analisar cada caso. "Este comunicado é uma forma de nos respaldar no caso de existirem problemas futuros envolvendo armas de fogo na universidade. Com base nisso, poderemos abrir procedimentos disciplinares", disse Márcio Valença. "Também encaminhei o assunto ao reitor (José Ivonildo do Rêgo), para que o parecer possa se transformarnuma norma interna".

"Mesmo sendo autorizado a portar sua arma em qualquer lugar, é mais conveniente que o policial guarde-a em um local seguro e não vísivel, como uma mochila ou sacola. Expor um revolver na cintura no meio de uma aula ou uma missa, por exemplo, pode, sem dúvida, deixar as outras pessoas assustadas e até causar um problema sério em determinadas situações", afirmou o coronel Araújo Silva. O comandante citou, ainda, que frequentou a UFRN por sete anos e não se recorda de um só dia em que tenha ido às aulas armado. "O policial, porém, que se sentir prejudicado com esse parecer ou qualquer outra determinação do tipo, pode requerer uma ordem judicial", explicou.

O tenente Isaac Leão, estudante de direito, disse ainda desconhecer o parecer, mas assumiu assistir às aulas armado e disse que o hábito nunca lhe causou problema. "Nós, policiais, temos uma profissão de muita periculosidade e fazemos vários trajetos durante o dia: de casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade etc", justificou. "É para atestar que podemos fazer uso adequado da nossa posse de arma que somos submetidos a testes psicológicos quando da nossa formação". Segundo ele, é importante que o policial não cause pânico ao usar seu armamento, que deve ser portado de maneira "velada" e não ser utilizado pelo simples fato de estar ao seu alcance.