Se a revista CartaCapital está a serviço da campanha de Dilma  Rousseff, já que toda notícia, nesse período eleitoral, é sempre visto  como "interesse de alguém", e nunca do país que paga imposto e vivel  mal, aí é outra história. O Blog só reproduz reportagem da revista que  envolve o nome do senador potiguar José Agripino Maia, que, inclusive,  já deu a sua versão. 
Eis: 
PANDORA INESGOTÁVEL
Leandro Fortes
Em 27 de novembro de 2009, o delegado Wellington Soares Gonçalves, da  Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, deu uma batida no  gabinete de Fábio Simão, então chefe de gabinete do governador do  Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM. A ação, autorizada pelo  ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),  fazia parte da Operação Caixa de Pandora, realizada em  conjunto com o Ministério Público Federal, responsável pela  desarticulação de uma quadrilha montada no governo local movida a  corrupção pesada e farta distribuição de propinas. 
Na sala de Simão, a equipe de policiais federais encontrou um CD com a seguinte inscrição: “Dist. De Dinh. Da Qualy, 8/10/2005”.  Levado à perícia, o disco se revelaria um indício comprometedor contra  dois dos principais líderes da oposição no Congresso Nacional, os  senadores Agripino Maia, do DEM do Rio Grande do Norte, e Sérgio Guerra, do PSDB de Pernambuco. Guerra ocupa também a presidência nacional do partido e coordena a campanha de José Serra à Presidência. 
Feita a análise pela Divisão de Contra-inteligência da PF, descobriu-se  que o CD possuía um único e extenso arquivo de áudio e vídeo, de 42,4  megabytes, com 46 minutos e dois segundos de duração. Nele estava  registrada a conversa entre um homem não identificado e uma mulher  identificada apenas como Dominga. 
A investigação dos federais revelou que Dominga era auxiliar de serviço -geral de uma companhia chamada Inteco, depois contratada pela Qualix Serviços Ambientais,  empresa de coleta de lixo do Distrito Federal apontada como um dos  sorvedouros de dinheiro público do esquema de corrupção do DEM em  Brasília e parte de uma disputa política na qual se contrapõem Arruda e o  também ex-governador Joaquim Roriz, do PSC. O chefe de Dominga era  Eduardo Badra, então diretor da Qualix, para quem ela organizava a  agenda, fazia depósitos bancários e “serviços particulares”. Na conversa  com o amigo desconhecido, Dominga explicou que serviços eram esses. 
O trabalho da secretária era o de, basicamente, telefonar para os  beneficiários de um esquema de propinas montado na casa de Badra e, em  seguida, organizar a distribuição do dinheiro. De acordo com as  informações retiradas do CD apreendido no gabinete de Simão, as pessoas  para quem Dominga mais ligava eram, justamente, Agripino Maia, Sérgio Guerra e Joaquim Roriz. 
Também recebiam ligações da secretária Valério Neves, ex-chefe de gabinete de Roriz, e dois dirigentes da Belacap, estatal responsável pelo serviço de ajardinamento e limpeza urbana do Distrito Federal: Luís Flores, diretor-geral da empresa, e Divino Barbosa,  diretor operacional. Flores é primo de Weslian, mulher de Joaquim  Roriz, alçada pelo marido candidata do PSC ao governo do DF depois que  ele desistiu da disputa, temeroso de ver sua candidatura cassada por  ficha suja. 
Segundo Dominga, quando a Qualix estava para receber valores de contrato  da Belacap, Badra a obrigava a dar telefonemas “dia e noite”, não sem  antes entrar em contato com um doleiro identificado como Faied,  para saber quando ele poderia entregar o dinheiro, tanto em dólar  quanto em real. De acordo com as informações da secretária, as propinas  eram acomodadas em caixas de arquivos de papelão com montantes de 50 mil  reais a serem distribuídos entre quadras de Brasília ou no  estacionamento do restaurante Piantella, um dos mais  tradicionais da capital federal, frequentado por políticos e  jornalistas, de propriedade do advogado Antonio Carlos de Almeida  Castro, o Kakay. Lá, entre acepipes e vinhos caros, os interessados  jantavam e decidiam como e quando seriam feitas as partilhas. 
Procurados por CartaCapital, os senadores Maia e Guerra  responderam por meio de assessores de imprensa. Guerra, ponta de lança  da ofensiva udenista montada pelo PSDB para atacar a candidata do PT,  Dilma Rousseff, foi eleito deputado federal pelo PSDB de Pernambuco em 3  de outubro. Ele admite ser amigo de Badra há 30 anos, desde que se  conheceram em uma exposição agropecuária. Segundo ele, o vídeo  apreendido pela PF circula por Brasília desde 2006 e, garante, trata-se  de uma armação contra ele e outros políticos. “Entre mim e o Eduardo  nunca houve outro relacionamento senão o de amizade, que vai continuar”,  avisa. 
Maia foi ainda mais econômico com as palavras.  Garante não ter nenhuma relação com Badra, de quem só se lembra de ter  encontrado, “anos atrás”, para tratar de uma proposta da Qualix para se  instalar no Rio Grande do Norte. O senador do DEM afirma ter sido  procurado por outros órgãos de imprensa para falar sobre o mesmo  assunto, mas que estes teriam se desinteressado logo depois de  confrontados com a versão apresentada por ele. 
Nas redações de Brasília, a história é outra: nada foi publicado por  pressão da campanha de Serra, em abril deste ano, para que a candidatura  do tucano não se iniciasse com um escândalo envolvendo o presidente do  partido e um líder do principal partido aliado, o DEM. Temiam, os  tucanos, uma sinistra repetição da circunstância que, em 2005, derrubou  do mesmo cargo o senador Eduardo Azeredo, mentor do “mensalão” do PSDB de Minas Gerais, ao lado do publicitário Marcos Valério de Souza, mais tarde flagrado no mesmo serviço de alimentação de caixa 2 para o PT. 
O esquema denunciado pela secretária Dominga é cheio de detalhes e,  ainda hoje, surpreende a PF pelo grau de ousadia. As caixas eram  colocadas em porta-malas de carros da quadrilha e, em seguida,  repassadas pessoalmente por Badra a quem de direito. Nessa empreitada,  revelou Dominga, ajudavam outros dois diretores da Qualix, Pedro Gonzales Campoamor, de Brasília, e Roberto Medeiros,  de São Paulo. A secretária cita como origem dos recursos duas agências  bancárias situadas no Setor Comercial Sul de Brasília, uma do Bradesco, outra do Banco de Brasília (BRB). 
De acordo com a investigação da PF, o dinheiro distribuído aos personagens citados no CD, entre os quais brilham Guerra e Maia, apelidados por Dominga de “pessoal da Belacap”,  chegou a mais de 300 mil reais. Parte dos pagamentos, segundo a  gravação obtida no GDF, ia para personagens identificados como criadores  de cavalos registrados na conversa, alguns, como a própria secretária,  sem registro de sobrenome. Entre eles, Mário de Andrade, Ana Lúcia Fontes, Ana Lúcia Junqueira e Alberto. Também aparecem nomes sem especificação como Marci Bagarolli, Carlos Junqueira, Gilda, Ana Jatobá, Antonio Clareti Zandonait e Daniel. 
A ação da Polícia Federal foi feita de surpresa na residência oficial de  Águas Claras, onde Simão mantinha um gabinete pessoal. Ao chegar ao  lugar, os agentes verificaram que todas as portas estavam abertas,-  inclusive a de acesso ao prédio principal, com exceção daquela do  gabinete de Simão. Por volta das 6h30, a PF acionou o serviço de um  chaveiro para abrir a porta do auxiliar de Arruda, mas um funcionário  anunciou que iria pegar as chaves. Em vão. Nenhuma delas abria a porta  do chefe de gabinete. Foi preciso arrombar uma janela para que, então,  os federais pudessem entrar no local, por volta das 7 horas. 
Às 7h15, segundo relato da PF, a mulher do governador, Flávia Arruda,  chegou ao local para tomar conhecimento do mandado de busca e apreensão,  mas em seguida foi embora, após informar que não tinha interesse em  acompanhar a ação policial. A primeira coisa encontrada pelos agentes  foi uma bolsa preta, escondida atrás de uma mesa, com cédulas de reais e  dólares. Às 8h50, chegou José Gerardo Grossi, advogado de Arruda, também para verificar os termos do mandado e acompanhar a busca. 
A PF decidiu investigar a vida de Simão porque ele foi denunciado pelo ex-secretário distrital de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do chamado “mensalão do DEM”.  Em um vídeo entregue ao Ministério Público Federal por Barbosa, ele  mantém uma conversa com o representante de empresas de informática Agenor Damasceno Beserra.  Os dois tratam de detalhes de uma licitação, estabelecem quem deve  ganhar a disputa e como deve ser feito um aditivo de 4 milhões de reais.  No diálogo, Beserra confirma ser Simão, chefe de gabinete de Arruda, o  principal interessado na liberação do contrato e no aditivo. 
De acordo com o relatório da PF, o executivo Badra mora em São Paulo. Em  Brasília, costumava se hospedar em um hotel no Setor Hoteleiro Sul.  Mas, por causa da conversa gravada entre Dominga e o amigo, descobriu-se  que ele chegou a alugar uma casa no Lago Sul de Brasília para promover  “reuniões mais privadas”. Era lá que Dominga trabalhava. Badra também  utilizava um apartamento do diretor da Qualix Pedro Campoamor, no bairro  do Sudoeste. Em abril de 2009, relata a PF, a casa de Campoamor foi  assaltada, os ladrões levaram 100 mil reais, mas nenhuma ocorrência foi  feita na polícia. 
CartaCapital teve acesso aos documentos produzidos pela  Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal na semana passada,  quando os envolvidos acreditavam que o assunto estava enterrado pela  burocracia. A Operação Caixa de Pandora, responsável  pela prisão de Arruda e pela exposição do mais explícito espetáculo de  corrupção da história do País, graças aos vídeos do delator Durval  Barbosa, segue a todo vapor. Desde novembro de 2009, quando o CD de  Dominga foi apreendido, um grupo de investigadores da Divisão de  Inteligência da PF trabalha nos desdobramentos da operação. Os federais  estão de olho, sobretudo, na guerra iniciada, há dez anos, em torno dos  contratos de coleta de lixo no Distrito Federal. 
A Qualix faz parte desse pacote de investigações. A empresa,  terceirizada a partir do governo Roriz, deteve praticamente o monopólio  da coleta de lixo do DF entre 2000 e 2006, embora “quarteirizasse”  serviços a outras duas empresas, a Nely Transportes e a Construtora Artec, de propriedade de César Lacerda, ex-deputado -distrital do PSDB, ligado à ex-governadora tucana Maria de Lourdes Abadia.  Candidata derrotada ao Senado nas últimas eleições, Abadia assumiu o  governo do DF em junho de 2006, quando Roriz renunciou para se  candidatar à mesma Casa. Acabou eleito, mas foi obrigado a renunciar ao  mandato para não ser cassado por corrupção. 
A rápida passagem de Abadia pelo governo distrital serviu para iniciar a  guerra pelo controle dos contratos de lixo na capital federal e nas  cidades-satélites. Não é por menos. Na última década, os cofres públicos  distritais despejaram mais de 2 bilhões de reais nesses contratos,  quase todos suspeitos e cheios de vícios. Abadia, aliada a Roriz,  conseguiu quebrar o monopólio da Qualix, defendida pela turma de Arruda e  do ex-secretário de Saúde Augusto Carvalho, deputado federal pelo PPS. Assim, dividiu o bolo do lixo com a Artec e mais duas outras empresas, ambas de Brasília, a Caenge Engenharia e a Valor Ambiental. 
Essa partilha contou com a participação de dois representantes do Ministério Público Distrital, os promotores Leonardo Bandarra, então procurador-geral de Justiça, nomeado por José Roberto Arruda, e Deborah Guerner,  por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Em depoimento ao  Ministério Público Federal, Barbosa acusou a dupla de ter facilitado a  vida das empresas de lixo, além de ter recebido 1,6 milhão de reais para  vazar informações, em 2008, sobre ações de busca e apreensão da Operação Megabyte,  da Polícia Federal, realizada contra empresas de informática  contratadas pelo governo. Em 7 de junho deste ano, o Conselho Nacional  do Ministério Público (CNMP) instaurou, por unanimidade, um processo  administrativo disciplinar contra Bandarra e Deborah Guerner para  investigar o envolvimento de ambos no esquema. 
Uma semana depois da decisão do CNPM, a Polícia Federal foi à casa da  promotora e descobriu, enterrado no quintal, um cofre com cerca de 300  mil reais. Os agentes saíram ainda com várias caixas com documentos da  Caenge Engenharia e da Valor Ambiental, justamente as duas empresas  colocadas no esquema por pressão da dupla Abadia-Roriz. Há duas semanas,  a PF voltou ao jardim de Deborah Guerner e achou outro cofre  enterrado, este recheado de mídias de informática e, para desespero de  muita gente, mais CDs com gravações de áudio e vídeo. 
À Corregedoria do Ministério Público, Barbosa afirmou ter  participado de uma reunião na casa da procuradora, onde estiveram  presentes Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octavio Pereira  e Bandarra para, justamente, acertar os termos da divisão do contrato  do lixo. Embora ainda estejam sob investigação, Bandarra e Deborah  Guerner continuam no Ministério Público. A promotora entrou com um  pedido de aposentadoria, ainda não deferido, por conta da sindicância  aberta pelo órgão. 
A partir de 2006, na transição do governo do PSDB de Abadia para o DEM  de Arruda, os contratos do lixo passaram a ser renovados  emergencialmente, sem licitação a cada seis meses. Somente em junho de  2010 o governo conseguiu finalizar uma nova concorrência. Além da  Qualix, participaram os suspeitos de sempre: Construtora Artec, Valor Ambiental, Caenge Engenharia, Nely Transportes e, novata no esquema, a Delta Construções. 
De acordo com informações do Siggo, o sistema de  acompanhamento de gastos feito pela Câmara Legislativa do Distrito  Federal, a vencedora do primeiro lote da licitação realizada neste ano  foi a Delta Construções, com o preço de 368,9 milhões  de reais. A Qualix ficou em segundo, com 383,1 milhões de reais. A  empresa Valor Ambiental foi a ganhadora do segundo lote, com o preço de  210 milhões reais, sete milhões de reais a menos que a segunda colocada,  novamente a Qualix, com 217,1 -milhões de reais. No terceiro lote, a  vencedora foi a Construtora Artec, com 173 milhões de reais. Em segundo,  ficou a Delta, com 174 milhões de reais. Por meio de liminares, a  Qualix tem conseguido suspender as contratações do primeiro e terceiro  lotes. 
De acordo com a assessoria de imprensa da Qualix, a empresa mudou de  dono, em junho passado, quando foi comprada pelo fundo privado Arion Capital.  No fim de setembro, a empresa se colocou à disposição da Polícia  Federal para abrir suas contas e a contabilidade para qualquer  investigação. O assessor Paulo Figueiredo informa que a empresa realizou  uma ampla auditoria nas contas da gestão passada da Qualix, iniciada em  1998, e não identificou nenhum pagamento ou saída de recursos feita de  forma irregular. A decisão de colaborar com a PF veio, justamente,  depois de parte da história sobre pagamentos de propinas revelados pela  secretária Dominga vazar para a imprensa. 
Até junho de 2010, a Qualix pertencia ao grupo argentino Macri, quando entrou em situação pré-falimentar por conta de muitas dívidas. 
O Macri chegou a comprometer um terço do faturamento anual da empresa,  calculado em 1 bilhão de reais, para pagamentos de faturas de curto  prazo a diversos credores. A empresa tem sede em São Paulo e mais 11  filiais em várias capitais brasileiras, algumas com problemas graves. Em  agosto, o prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo (PTB),  encerrou o contrato local com a Qualix pelo fato de a empresa não ter  mais condição de colocar a frota de caminhões na rua. O ex-dono da  Qualix, Franco Macri, está sob investigação da PF, acusado de enviar  dinheiro para o exterior de forma ilegal.
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor,  autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e  Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado  Brasília eu Vi. http://brasiliaeuvi.wordpress.com 
sábado, 16 de outubro de 2010
Com 96% do trabalho feito, censo indica menor crescimento populacional no RN
Com 96% da meta de domicílios no Rio Grande do Norte  já recenseada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatisticas (IBGE)  chega à reta final no processo de contabilização dos dados do XII Censo  Demográfico.A pesquisa segue até o dia 22 outubro em todos os 167  municipios do estado, sendo que 115 municípios já foram analisados.
Segundo José Aldemir Freire, chefe do IBGE no RN, até  o momento já foram recenseados 3,02 milhões de pessoas em mais de 858  mil domicílios ocupados, o que representa uma redução no número de  moradores por domicílio em relação aos anos anteriores. Um dos motivos  da redução seria o maior número de mulheres no mercado de trabalho e de  pessoas morando sozinhas, bem como a redução no número de filhos por  família, aliado ao aumento de uso de métodos contraceptivos. No Censo de  1991, moravam 4,62 pessoas por domicílio; em 2000, foram contabilizadas  4,09 pessoas por domicílio e em 2010, até o momento, o número chega a  3,52 pessoas por domicílio.
Outro dado importante apresentado nesse levantamento  parcial é o que na cidade de Mossoró, no ano de 2009, a expectativa era  alcançar a marca de 244 mil habitantes, porém, esse índice foi  ultrapassado. Com apenas 96% dos dados analisados, já foi contabilizado  um aumento na população do município com mais 251 mil habitantes.
Em Natal, ainda não é possivel analisar um  crescimento no número populacional, uma vez que a expectativa em 2009  era de alcançar a marca de 806 mil habitantes. Até o momento, com 95%  dos dados analisados na capital potiguar, foram registrados durante a  pesquisa um pouco mais de 762 mil pessoas.
No Rio Grande do Norte, a estimativa do IBGE era  ultrapassar a marca de 3,13 milhões de habitantes em todo o estado,  sendo que até o momento já foram registrados 3,02 milhões, não sendo  possivel afirmar se a estimativa será alcançada.
José Aldemir Freire informou ainda que uma das  dificuldades encontradas pelos recenseadores para a finalização do Censo  demográfico está nos casos de domicílios fechados, ou seja, o domicílio  em que residem moradores, mas que em boa parte do dia encontra-se  fechado e não é possível aplicar a pesquisa. Essa situação é mais  presente nas grandes cidades do estado como Natal, Parnamirim e Mossoró.  Pelo 0800.721.8181, é possivel agendar a visita do recenseador.
Falta acessibilidade para pessoas com deficiência física aos bens culturais da cidade
No palco do teatro, a arte imita a vida. Do lado de  fora, nas calçadas e esquinas do cotidiano, a dureza da realidade carece  da leveza artística, da sutileza poética dos versos ou da ficção das  telas. Por vezes são apenas 25 centímetros de barreira. Nivelado este  obstáculo, a cidadania daria um pequeno passo para a humanidade. E o  cadeirante Roberto Morais passaria direto e sem tormentas ao mundo que  lhe conforta: o universo dos palcos, da arte, longe dos degraus que não o  levam a nada.
A dificuldade de locomoção do cadeirante na cidade  começa na saída de casa, com as calçadas tão desniveladas quanto a  administração pública. Até as paradas de ônibus sem acessibilidade.  Depois, a espera por um transporte adaptado - são poucos. Precisa ainda  da solidariedade humana, nem sempre à disposição para subir e descer. E  novamente as calçadas, os batentes, os perigos e muralhas de uma cidade  de pedras e buracos. Uma cidade mal adaptada - atrasada - aos direitos  de todos do ir e vir, e do acesso aos bens culturais.
Roberto conhece bem alguns "muros de Berlin"  interpostos entre as calçadas e o palco. O cadeirante hoje com 42 anos é  paraplégico desde os 19 anos, quando levou um tiro. Aos 27 anos foi  pioneiro em Natal ao se lançar dançarino e fundador (ao lado de Henrique  Amoedo) de um grupo de dança apenas com cadeirantes: o Roda Viva, em  1995. Após transformar conceitos de dança e reintegração de pessoas com  deficiência física para além da rotina "casa-hospital-casa", Roberto  ainda sente poucas mudanças.
As leis de inclusão e acessibilidade aos cadeirantes  citadas por Roberto parecem causos ou estórias de trancoso, muito  contadas em cidades interioranas. São realidades distantes, quase  surreais: calçadas niveladas, padronizadas; rampas de acesso para  calçadas com 25 centímetros e em todos os estabelecimentos públicos;  banheiros adaptados; vagas em estacionamento... "Quando há são  maquiagens. No Alberto Maranhão, por exemplo, há rampa na entrada. Mas  por dentro falta acessibilidade adequada, banheiros adaptados", reclama.
E o TAM ainda abriga das melhores situações. Ainda é  mais elogiável o Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (anexo à  Fundação José Augusto), segundo Roberto. No Alecrim, mora um dos grandes  entraves. O Teatro Municipal Sandoval Wanderley é uma muralha chinesa, a  começar pelos desníveis das calçadas de acesso. "Quando somos chamados  para espetáculos aqui, damos o nosso jeito e conseguimos". O "jeito", é a  ajuda alheia. "Quando fiquei paraplégico fui demitido do trabalho de  uma loja por invalidez. Mas não sou inválido. Faço praticamente tudo  sozinho
TSE nega registro do deputado Paulo Maluf
Brasília - O ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior  Eleitoral (TSE), negou o registro da candidatura de Paulo Maluf (PP) a  deputado federal por São Paulo. Ele foi o terceiro candidato mais votado  para o cargo, com 497.203 votos. Como Maluf foi barrada pelo Tribunal  Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) com base na Lei da Ficha Limpa,  os seus votos foram considerados nulos.
O registro de Maluf foi negado pelo TRE-SP devido a pedidos de impugnação feitos pelo Ministério Público Eleitoral e por Adib Abdouni, advogado do delegado Protógenes Queiroz (PcdoB-SP), eleito como deputado federal. Maluf foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa devido ao artigo que diz que ficam inelegíveis por oito anos aqueles que foram condenados por órgão colegiado por ato doloso de improbidade administrativa.
De acordo com o ministro, Maluf apresentou o recurso fora do prazo. Segundo Marco Aurélio, a partir da decisão do TRE-SP que negou o registro, o candidato tinha três dias para recorrer. O prazo se encerraria no dia 3 de setembro, mas Maluf entrou com seu recurso no dia 5 de setembro. Ainda cabe recurso da decisão ao plenário do TSE.
O registro de Maluf foi negado pelo TRE-SP devido a pedidos de impugnação feitos pelo Ministério Público Eleitoral e por Adib Abdouni, advogado do delegado Protógenes Queiroz (PcdoB-SP), eleito como deputado federal. Maluf foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa devido ao artigo que diz que ficam inelegíveis por oito anos aqueles que foram condenados por órgão colegiado por ato doloso de improbidade administrativa.
De acordo com o ministro, Maluf apresentou o recurso fora do prazo. Segundo Marco Aurélio, a partir da decisão do TRE-SP que negou o registro, o candidato tinha três dias para recorrer. O prazo se encerraria no dia 3 de setembro, mas Maluf entrou com seu recurso no dia 5 de setembro. Ainda cabe recurso da decisão ao plenário do TSE.
Datafolha: Dilma aparece com 47% e Serra, com 41%
A vantagem da candidata do PT à  sucessão presidencial, Dilma Rousseff, caiu de 7 para 6 pontos  porcentuais em relação ao candidato do PSDB, José Serra (PSDB), segundo o  mais recente levantamento realizado pelo Datafolha, divulgado hoje.  Encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Rede Globo, a sondagem  mostra a petista com 47% das intenções de voto, enquanto o tucano tem  41%. A mostra anterior do instituto, divulgada no dia 9, apontava Dilma  com 48% e Serra com 41%.
Considerando apenas os votos válidos, a vantagem de Dilma sobre Serra se manteve em 8 pontos porcentuais: ela tem 54% e ele, 46%. A pesquisa mostrou ainda que o total de votos brancos e nulos somou 4% e o dos eleitores que não sabem ou não responderam em quem vão votar ficou em 8%.
O levantamento Datafolha foi realizada entre os dias 14 e 15 de outubro e ouviu 3.281 eleitores em 202 cidades. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo número 35.746/2010.
Considerando apenas os votos válidos, a vantagem de Dilma sobre Serra se manteve em 8 pontos porcentuais: ela tem 54% e ele, 46%. A pesquisa mostrou ainda que o total de votos brancos e nulos somou 4% e o dos eleitores que não sabem ou não responderam em quem vão votar ficou em 8%.
O levantamento Datafolha foi realizada entre os dias 14 e 15 de outubro e ouviu 3.281 eleitores em 202 cidades. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo número 35.746/2010.
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