Causada por epilepsia ou em decorrência de lesões no cérebro, crise pode ocorrer quando menos se espera
Seu dia segue a
rotina como em qualquer outro e, de repente, uma pessoa à sua frente
cai, começa a se debater e você percebe que ela solta saliva pela boca.
Se você já presenciou uma cena assim, sabe que isso pode acontecer
quando menos se espera – e que nada mais é do que uma convulsão. Se
ainda não vivenciou algo parecido, é bom saber como agir quando chegar a
sua vez de socorrer alguém nessa situação.
"Uma crise convulsiva é a manifestação
física das descargas elétricas das células cerebrais. Os neurônios
começam a disparar impulsos elétricos de forma simultânea, desregrada, e
aí acontece a forma convulsiva das crises epilépticas", explica o
neurologista Roger Tuassig Soares, chefe de equipe do Hospital
Beneficência Portuguesa de São Paulo. "Ou então uma pequena área do
cérebro começa a emitir os impulsos em excesso, e as áreas vizinhas vão
sendo afetadas na sequência até que o cérebro inteiro é tomado em uma
convulsão."
De acordo com o
médico, que é membro da Academia Brasileira de Neurologia e da American
Academy of Neurology, não há idade certa para que as convulsões
aconteçam. "Quando as crises começam na infância até o início da fase
adulta, o mais comum é que a causa das crises seja a doença que
conhecemos como epilepsia. Já quando elas começam na maturidade ou na
velhice, é provável que seja sintoma de uma lesão no cérebro, como um
acidente vascular cerebral ou um tumor", esclarece Soares. "De qualquer
modo, quando as crises se iniciam é preciso fazer exames, como
tomografia ou ressonância, para verificar se há alguma lesão no cérebro
que precise de tratamento."

Segundo o
neurologista, pessoas que têm outros membros da família com epilepsia
estão mais sujeitas a terem o mesmo problema. "Hipertensos, diabéticos,
fumantes e pessoas com colesterol alto têm maior risco de doenças
vasculares cerebrais e, consequentemente, podem desenvolver a epilepsia.
Além disso, os traumatismos cranianos também podem gerar crises."
Neurologista
do Hospital Samaritano de São Paulo, Valéria Santoro Bahia diz que a
convulsão é um sintoma de algo adquirido como um acidente vascular,
trauma, tumores, etc. "Antes da crise se iniciar, a pessoa pode ter
alguns sinais, como mal-estar gástrico, visões estranhas e movimentos
repetitivos de somente um membro do corpo", alerta a médica.
Fonte:folha universal