terça-feira, 11 de novembro de 2014

Agripino destinou doação de empresas sob suspeita para a campanha do filho Felipe

O senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, é um dos que mais cobram o aprofundamento das investigações do escândalo da Petrobras e dos políticos que podem ter se beneficiado com os contratos suspeitos de superfaturamento da estatal brasileira. Contudo, de acordo com a prestação de conta dos candidatos de 2014, divulgada neste final de semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o filho de Agripino, o deputado federal reeleito Felipe Maia (DEM), teve parte de sua campanha financiada por uma das empresas citadas no escândalo, a Queiroz Galvão, que doou R$ 250 mil para o democrata.
Contudo, essa não é a única empresa suspeita na lista de doadores da campanha de Felipe Maia. O democrata recebeu outros R$ 450 mil da empresa Koleta Ambiental LTDA, citada em escândalo do lixo na cidade de Porto Alegre e que levantou questionamentos, também, por ter sido uma das maiores doadoras do PT em 2013.
No caso da Queiroz Galvão, a empresa foi citada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimento à Polícia Federal. Segundo Costa, as empreiteiras contratadas pela Petrobras, dentre elas, a Queiroz Galvão, eram obrigadas a fazer doações para um caixa paralelo de partidos e políticos integrantes da base de sustentação de Dilma Rousseff (PT).
No entanto, não foram só aos aliados petistas que a empresa doou. Afinal, a quantia de R$ 250 mil da Queiroz Galvão chegou à campanha de Felipe Maia por meio da Direção Nacional do DEM (presidida por José Agripino Maia), em “transferência eletrônica”, no dia 15 de setembro (últimas semanas da disputa eleitoral). As doações da Koleta passaram pelas mãos de Agripino, mas como presidente do Direção Estadual do DEM, e foram todas feitas por meio de “cheque”.
É importante ressaltar, porém, que Felipe Maia não foi citado em nenhum dos supostos depoimentos feitos por Costa. O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, ambos do PMDB, por exemplo, foram citados nos depoimentos prestados na PF.
MAFIA DO LIXO
A polêmica envolvendo a Koleta foi divulgada em texto publicado no site “Mafia do Lixo”, dedicado apenas a apontar casos suspeitos de terceirização da coleta de lixo em várias cidades do País. Em Porto Alegre, no início do ano, o portal já somava quase 900  dias de contratos emergenciais questionáveis que tinha a Koleta como beneficiária.
Contudo, não foi só. A matéria também relembrou que a Koleta foi uma das maiores doadoras do PT em 2013 – o que gerou também criticas de opositores do Governo Federal. “As doações da Revita Engenharia S/A e da Koleta Ambiental Ltda, do grupo Solví, totalizaram o montante de R$ 11,6 milhão ou ainda, ao percentual de 14,64% das contribuições de empresas privadas e pessoas físicas ao Diretório Nacional do PT em 2013”, apontou o texto, acrescentando que o grupo Solví, também foi citado no “escândalo do lixo em São Paulo”.
“O grupo Solví é uma holding controladora de empresas privadas que atuam nos segmentos de saneamento, energia, engenharia e lixo, tendo operações no Brasil e no Peru. Veículos de comunicação de Portugal informam que o grupo brasileiro SOLVÍ se prepara para a compra da empresa estatal EGF – Empresa Geral do Fomento S/A sub-holding da Águas de Portugal, que é responsável por 60% dos resíduos de Portugal, e se encontra hoje em processo de privatização pelo governo do primeiro ministro Pedro Passos Coelho”, acrescentou o texto.
De qualquer forma, destaca-se que passou pelas mãos de José Agripino boa parte das doações para a campanha de Felipe Maia. Afinal, dos R$ 1,9 milhão arrecadados pelo deputado federal para custear a reeleição dele, R$ 1,4 milhão foram repassados pelos diretórios estadual ou nacional – ambos, ressalte-se, presididos pelo senador.
Além da Koleta e da Queiroz Galvão, também doaram ao DEM: JBS, BM & Bovespa, Salino Salinas, JSL, Construteckma Engenharia, Bradesco, Fatos Empreendimentos, Arosuco Aramos e JHV Implementos Rodoviários. Outras empresas, como a Sky (R$ 50 mil), a Nissauto (R$ 10 mil), o Itau Unibanco (R$ 100 mil), a Guararapes (R$ 50 mil), a Gocil (R$ 100 mil) e a Café Três Corações (R$ 50 mil) doaram direto para a campanha de Felipe Maia.
WALTER ALVES
Apesar da “ajuda” do pai, José Agripino, Felipe Maia não foi o que mais arrecadou dentre os eleitos no RN na disputa pela Câmara Federal. O posto de maior arrecadador ficou nas mãos de Walter Alves (PMDB), filho do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. Ele juntou R$ 2,5 milhões para gastar na campanha – e também teve doações da Queiroz Galvão (R$ 150 mil).
Fonte:JH

Mais de seis pessoas morrem por dia por policiais no Brasil, mostra Anuário

As polícias brasileiras mataram, durante o serviço, 2.212 pessoas em 2013, apontam dados da oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pela organização não governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em média, são 6,11 mortos por dia. O número é menor do que o verificado no ano anterior, quando 2.332 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil. A íntegra do documento será apresentada nesta terça-feira (11) na capital paulista.
Apesar da queda, o FBSP avalia que a diferença não indica uma melhora ou tendência de mudança. A organização aponta que é preciso rever o padrão de atuação das forças policiais. O fórum foi criado em 2006 com objetivo de construir um ambiente de cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública. O anuário apresenta dados sobre custo da violência, gastos de segurança pública, estatísticas de crimes e violência, efetivo de polícias e população prisional.
O levantamento releva ainda que, nos últimos cinco anos, a polícia matou 9.691 pessoas. O número é cinco vezes maior do que o verificado nos Estados Unidos, onde 7.584 pessoas foram mortas pela ação policial nos últimos 20 anos. Se forem somados os casos em que os policiais agiram também fora de serviço, o total chega a 11.197. Os dados norte-americanos apontam 11.090 mortes em 30 anos.
 relação à quantidade policiais mortos, houve um aumento em 2013 na comparação com o ano anterior. Foram 490 mortes, 43 a mais do que 2012. A média no país é 1,34 policial assassinado por dia. Desde 2009, 1.170 agentes foram mortos. A maioria das mortes (75,3%) ocorreu quando não estavam em serviço. O Rio de Janeiro é o estado com maior número de casos, com 104, seguido por São Paulo (90) e Pará (51).

Como parte do anuário, o FBSP apresenta o Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O estudo aponta que apenas 33% dos entrevistados dizem “confiar ou confiar muito” no trabalho da polícia. O percentual é três pontos superior ao verificado no ano passado, mas, na avaliação da organização, o número ainda é muito baixo. Foram entrevistadas 7.176 pessoas em oito estados.

Os policias avaliados como mais honestos pela população local foram os do Rio Grande do Sul, com 62% de confiança dos entrevistados. Em segundo lugar, estão os agentes de Minas Gerais e do Distrito Federal, com 57% da população confiando na idoneidade das forças policiais. Na média nacional, 51% acreditam que a maior parte dos policiais é honesta. Os amazonenses, por outro lado, são os que mais desconfiam das forças de segurança. A polícia do Amazonas é considerada honesta por 35% dos entrevistados.
As pessoas mais velhas (62%) e as que têm maior escolaridade (60%) são as que mais tendem a concordar com a afirmação de que a maior parte dos policiais é honesta. Também foram verificadas diferenças étnicas em relação a essa questão. É maior a proporção de entrevistados que se autodeclaram branco que concordam com a afirmativa do que entre os que se autodeclaram negros.
Fonte:De Fato