Novos critérios para a correção da
redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), avaliação que dá
acesso a diversas instituições de ensino superior do País, foram
divulgados recentemente pelo governo federal e já serão utilizados nas
provas realizadas este ano (dias 3 e 4 de novembro).
Para facilitar a compreensão das
mudanças, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram um
manual para explicar a nova metodologia e competências exigidas, além de
trazer os melhores textos da edição passada, comentados e analisados.
Para o presidente do Inep, Luiz Cláudio
Costa, a intenção é tornar o processo o mais transparente possível para
participantes como o estudante Luis Eduardo Mendes Bueno, de 22 anos,
que acredita nas melhorias. Ele fez o exame no ano passado e não ficou
satisfeito com a correção. “A nota não foi a que eu esperava. A correção
não foi justa. Achei a mudança excelente e acredito que, a partir de
agora, a avaliação vai ser feita de forma mais honesta”. Esta é a
primeira vez que o Inep publica um guia específico com dicas e
orientações para a produção da redação.
Na opinião do supervisor de português do
Sistema Anglo de Ensino (SP), Francisco Platão Savioli, a mudança é
positiva. “Os critérios passam a ser expostos com mais clareza para
todos os candidatos, de modo que é de se esperar que se melhore o
resultado das correções sob o ponto de vista da justiça, sem depender do
ponto de vista do humor ou das convicções pessoais dos corretores.”
Cerca de 1,6 milhão de exemplares foram distribuídos em escolas públicas
de todo o País. O manual também está disponível no site www.inep.gov.br.
O Inep informou que 5,7 milhões de
pessoas estão inscritas no Enem 2012. A estudante Juliana Rios, de 17
anos, é um delas. “Para fazer bem o Enem, é preciso estar ligada em
tudo”, afirmou ela, ao contar que além das matérias curriculares, estuda
atualidades e investe em leituras. Sobre as mudanças na correção da
redação, entretanto, ela diz ainda não estar totalmente familiarizada.
“Imagino que os critérios ficaram menos confusos”, arrisca.
O manual explica que a nota da redação
varia de 0 a 1.000 pontos e dois corretores vão dar as notas iniciais.
Se a diferença entre elas for superior a 200 pontos, o texto será
avaliado por outro examinador. O resultado da terceira correção será
comparado com as correções anteriores e o cálculo final deverá ser feito
com as duas notas mais próximas entre si. Caso a terceira nota também
tenha diferença de mais de 200 pontos em relação às notas iniciais, a
redação será avaliada por uma banca de três professores, que decidirá
sobre a nota final. A redação será dividida em cinco competências, cada
uma valendo até 200 pontos. Caso haja diferença de 80 pontos na correção
de cada uma delas, o item também passará pela avaliação do terceiro
corretor. Antes, as redações eram corrigidas apenas por dois
profissionais e, em caso de diferença de mais de 300 pontos, o texto era
avaliado por um supervisor, que dava a nota final ao candidato. “A
diminuição da diferença entre as notas dadas pelos avaliadores torna a
correção mais justa”, diz Francisco Savioli.
Fonte:Folha Universal
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