domingo, 26 de agosto de 2012

"Hoje o político precisa ser bom ator", diz professor

Na opinião de Sebastião Faustino, horário eleitoral não cumpre função básica e democrática, porque inicialmente é desigual.

 Cinco dias após o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a campanha parece não ter sofrido grande influência nas inserções do palanque eletrônico. Para entender como funciona e, se realmente os programas eleitorais cumprem com a função de massificar as propostas dos candidatos, a reportagem do Nominuto.com conversou com o professor do Departamento de Comunicação da UFRN, Sebastião Faustino Pereira Filho.

Sebastião Faustino tem doutorado em educação, mestrado em ciências sociais, especialização em jornalismo cultural e graduação em jornalismo. Além disso, o professor é autor dos livros: Homo Midas e o político midiático na folia do rei nu (2009) e Saber midiático: a educação necessária no século XXI (2010).

Nominuto.com – O horário eleitoral cumpre com sua função?

Sebastião Faustino - Na verdade, o horário eleitoral gratuito, que não é gratuito, já que esse horário é debitado no Imposto de Renda das empresas de comunicação, não cumpre com a função básica e democrática, porque inicialmente é desigual. A forma de distribuição do tempo beneficia candidatos com coligações maiores. Você, como exemplo, vê no pleito de São Paulo, Lula e Maluf se tornando aliados para ter um horário maior, em outros tempos isso seria impensável. Depois o horário teria essa função de socializar as propostas dos candidatos para a toda sociedade, mas temos Implicações de quantidade de tempo maior para uns e não para outros, isso fere o princípio democrático de igualdade.

Nominuto.com – Os políticos conseguem passar seus projetos através dos programas eleitorais?


SF - A maioria sim, porque atrás deles há muitos profissionais dando suporte, são profissionais da comunicação e isso ajuda o candidato a se tornar midiático. Hoje há uma inversão, porque quando a televisão chega, ela muda o sentido das campanhas que antes eram voltadas aos comícios, as longas caminhadas pela cidade, com o aperto de mão do candidato, com o corpo-a-corpo, mas hoje, com o crescimento da cidade, foi necessário ir até o palanque eletrônico, e isso fez com que o político muda-se, deixando de ser apenas político e passando a ser também um ator, porque hoje é preciso ser um bom ator para convencer. Não é só a oratória, não é mais a força do comício, é preciso saber passar tudo no audiovisual.

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Fonte:Nominuto

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