segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dia de Combate ao Fumo lembra luta permanente contra o vício do cigarro

As pessoas precisam encarar o cigarro como uma droga que causa dependência como qualquer outra. Por isso, precisa de tratamento sério e acompanhamento especializado para que a pessoa possa se libertar do vício", declara o otorrinolaringologista José Airton Maia.

O cigarro mata mais que guerras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Ou seja, o fumo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que um terço da população mundial adulta seja fumante e que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam.

De acordo com dados do Atlas do Tabaco, apresentado pela American Cancer Society, em Dublin, Irlanda, um quarto dos fumantes deverá morrer prematuramente (antes do 60 anos). O grande problema é que apesar das permanentes campanhas contra o tabagismo, os fumantes têm grande dificuldade para largar o vício.

No Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dependentes do cigarro ultrapassam a marca de 30 milhões de pessoas. E em Mossoró, a realidade não é diferente, sendo que a estimativa é que mais de 80 mil cidadãos mossoroenses sejam fumantes.

Por experiência, o médico José Airton informou que mesmo o fumante sabendo de todos os malefícios do tabaco, como câncer de laringe e do pulmão, e a decisão de parar de fumar não é uma atitude simples e não acontece de uma hora para outra. Ele explica que o cigarro possui substâncias que viciam e que causam dependência física e psicológica na pessoa, o que torna difícil a decisão de abandonar o fumo de uma vez por todas. O especialista enfatiza que o primeiro passo para parar de fumar é o dependente querer acabar com o vício. "Assim como nas drogas, a pessoa viciada precisa ter força de vontade para abandonar o cigarro, para que assim possa ser ajudada pelos demais", frisa.

Muitos ex-fumantes comprovam a constatação. É o caso da aposentada Maria dos Santos, que para parar de fumar, depois de 30 anos de vício, acabou sofrendo infarto, que finalmente a fez largar o cigarro. "Sempre quis parar de fumar, mas nunca tive forças. Às vezes conseguia parar por alguns meses, mas bastava algum estresse para voltar a fumar de novo. Quando tive um infarto em 2006, foi que percebi que tinha que escolher: ou deixava o fumo ou ele ia me matar. Optei por minha vida! E assim, com a ajuda de médicos, amigos e familiares, estou há mais de dois anos sem colocar um cigarro na boca", comemora.

Dona Maria faz parte dos dependentes de nicotina que conseguiram realmente abandonar o vício. Pois um levantamento divulgado semana passada pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo mostra que seis de cada dez fumantes com câncer não conseguem parar de fumar mesmo depois de saber que estão doentes. Para contornar o problema - 35% dos pacientes atendidos pelo instituto são fumantes - foi adotada a estratégia de distribuição de gomas de nicotina e adesivos.

Entretanto, num mundo cada vez mais sectário contra os fumantes, os adeptos do tabaco encontram novas dificuldades. Diversas agências de relacionamento contaram que fumantes têm menos chances de conseguirem um parceiro que os não-fumantes. "O cigarro é considerado uma característica negativa por muitas pessoas, no processo de busca por um parceiro," explica Sheila Rigler, proprietária de uma agência de casamentos. "Mesmo quando o perfil é o desejado, o fato de ser fumante é suficiente para muitas pessoas desistirem do parceiro", explica.

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