sábado, 28 de agosto de 2010

Dengue hemorrágica tem aumento de 132% no estado

Doença que sempre preocupa a saúde pública, principalmente em período chuvoso, a dengue continua com alta incidência no Rio Grande do Norte, inclusive na forma mais precocupante, a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD). Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), 317 casos de FHD estão sob suspeita e houve 65 confirmações - e uma morte - entre janeiro e a terceira semana de agosto. O número revela um aumento de 132% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 28 casos. Em Natal já foram confirmados 52 casos de FHD.


Maria Aparecida, que mora nas Rocas, toma cuidados para evitar proliferação do Aedes aegypti Foto: Julio César Rocha/DN/D.A Press
Segundo a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Juliana Araújo, a febre hemorrágica acomete principalmente as pessoas que já contraíram o tipo clássico da doença. "Quem já contraiu a dengue uma vez, já tem a imunidade do tipo clássico, mas fica suscetível ao FHD", enfatizou Juliana.

Porém, a dengue hemorrágica também está sendo notificada em crianças. Na Rua São João de Deus, no bairro das Rocas, Zona Leste de Natal, Pablo Maximiliano, uma criança de 6 anos, foi diagnosticada com a dengue hemorrágica e há quatro dias está internada em um hospital. "Ele começou a sentir febre e o corpo dolorido, levamos no pronto-socorro e lá foi diagnosticado a febre hemorrágica, precisando ficar internado para o tratamento", afirmou a tia da criança, Maria Aparecida Tavares.

A dona de casa acredita que as casas fechadas na vizinhança podem acumular os criadouros do mosquito Aedes Aegypt. "Já faz algum tempo que não passa o carro fumacê aqui na rua, e algumas casas fechadas acabam atrapalhando o trabalho de prevenção. Na parte de cima da minha rua já teve três pessoas com dengue em menos de um mês", afirmou Maria Aparecida, que cuida para não deixar água acumulada em casa.

Os sintomas da FHD são bem parecidos com a dengue clássica. O principal fator é a diminuição das plaquetas no sangue, além de manchas vermelhas no corpo e em alguns casos sangramento na gengiva e nariz. "É preciso que os pais fiquem atentos, em caso de aparecimento dos sintomas procurar logo o serviço médico para iniciar o tratamento e não deixar agravar", enfatizou Juliana Araújo.

Crianças

Os dados da Sesap mostram que já foram notificados no estado durante todo o ano, 5.037 casos de dengue, um aumento de 56% em relação ao mesmo período de 2009. Destes casos, outro fator importante é a incidência em crianças até 12 anos que somam 813 acometidas pela dengue. A faixa etária com maiores índices se concentra entre os 9 e 11 anos de idade, com aproximadamente 23% de casos infantis registrados. "As crianças que nunca tiveram dengue, ainda não desenvolveram o sistema imunilógico ideal para combate a doença e acabam ficando mais suscetíveis a contraírem", afirmou Juliana Araújo. Ela lembra que os principais cuidados para se evitar a proliferação de casos de dengue, tanto para crianças quanto adultos é continuar se prevenindo.

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