terça-feira, 9 de junho de 2015

FUNCEME prevê que 2016 será um ano de seca e faz alerta

O Jornal O Povo destaca que com apenas dois meteorologistas e um físico à disposição para traduzir relatórios diários de monitoramento do planeta, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) prevê mais longos dias de seca para 2016.
O cenário pode até virar, admite o presidente do órgão, Eduardo Sávio Martins, mas é o que apontam neste momento as águas do Pacífico, aquecidas pelo fenômeno El Niño. A se confirmar, será o quinto ano consecutivo de estio, metade desta década. Ele descreve que até a intensidade do fluxo solar, uma informação ainda sendo descoberta pela Funceme, que aponta níveis de radiação do sol, tem indicando que o ano que vem será preocupante. Principalmente para as reservas hídricas cearenses. “Vamos ter que ter a preocupação sobre o uso mais eficiente da água”, alerta Eduardo Sávio.
O POVO – A Funceme já disparou um alerta que 2016 pode ter a continuidade do quadro de seca, por causa da manifestação do El Niño. Há como dizer que, cientificamente, isso já está dentro da previsão das mudanças climáticas para o semiárido cearense?
Eduardo Sávio Martins – Nós sempre conseguimos dar previsão com alguns meses de antecedência. De três a quatro, a previsão sazonal que a gente faz. A gente tem uma boa previsibilidade aqui para o Norte-Nordeste. Por que, além disso, estamos colocando a preocupação? Primeiro, por causa do armazenamento que temos hoje nos reservatórios do Estado. Hoje estamos com menos de 20%. Mas tem reservatórios, como o Banabuiú, que é estratégico, está com 1,23%. Reservatórios que são responsáveis pelo abastecimento de algumas sedes urbanas estão com 3%, 5%. Já estamos vivenciando dificuldade grande para garantir água para algumas sedes, como Irauçuba. O pessoal da Sohidra (Superintendência de Obras Hidráulicas) está fazendo trabalho intenso de perfuração de poços, mas infelizmente os poços não estão dando vazão significativa para a demanda. Então realmente é preocupante, pelo estado que estamos hoje. A gente já fazia no passado, mas com esse armazenamento, a gente resolveu, desde 2012, começar a emitir alertas por volta de maio, diante a situação do Pacífico. A gente resolveu informar não só para dentro do Governo, mas para a sociedade em geral porque entendemos que o setor privado também precisa se mobilizar. Até para repensar estratégias de atuação diferentes, tentar maximizar eficiência no uso da água, tentar mudar em estrutura para usar mais efetivamente a água disponível. Certamente teremos que passar por uma mudança cultural. Estamos no quarto ano de seca, o El Niño hoje é forte em maio. Pode mudar? Pode ter essa mudança, mas o que os modelos do Pacífico estão dizendo é que temos 80% de chance do El Niño persistir até dezembro e janeiro e fevereiro de 2016.
Fonte:Marcos Dantas

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