Duas ideias e um cenário propício para coloca-las em prática. A primeira partiu do estudante Antônio Torres Geracino, de 18 anos, e a segunda do professor/doutor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Vinícius Claudino de Sá. O cenário é a localidade Córrego, distante 12 km da área urbana do município de Apodi.
A primeira ideia (conservar frutas com cera de abelha) nasceu no início de 2013 numa escola secundarista dos estudantes Antônio Torres Geracino, Jociel, Hudembergue e a professora Gidelia. “Mostramos a ideia de preservar a fruta com cera de abelha e começamos a fazer os testes. A banana fica conservada por até 25 dias”, destaca Geracino.
Geracino disse que teve esta ideia, pois observava grande desperdício de frutas e como em Apodi produz muita cera de abelha, em função da produção de mel. “Colocamos a cera num recipiente no fogo, deixamos a temperatura subir a 80 graus. Depois de derretido, colocamos a fruta dentro e retiramos bem rápido, gerando uma película de proteção”, explica.
Os estudantes e a professora foram convidados para expor a ideia em São Paulo. Lá foi visto pela produção do apresentador do Caldeirão do Hulk que entrou em contato meses depois para gravar. “Primeiro gravaram tudo aqui e depois fomos participar do programa ao vivo nos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro”, relata Geracino.
A segunda ideia veio do professor/doutor Vinícius Claudino de Sá. Ele conta que visitou a comunidade de Córrego, em Apodi, e constatou o grande potencial de produção de frutas e a organização dos moradores. Observou no cenário prefeito para colocar em prática o que ele havia visto funcionando bem no Rio Grande do Sul: extração de polpa a vapor.
A proposta foi formatada pelo professor e seus alunos, juntamente com os moradores da comunidade e apresentado para concorrer no Prêmio Santander Universidade Solidária, edição 2013. Venceram. Com o valor do prêmio, os professores compraram a máquina extratora de suco a vapor e outros equipamentos.
“Os primeiros testes apontou viabilidade. “Esse processo garante qualidade do produto e reduz os custos de produção. As sobras do processo serão utilizadas para a produção de razão animal, ou na produção de bolos, doces, geleias e biscoitos”, destaca o professo Vinícius.
Os moradores da comunidade, através da Associação de Mini Produtores de Córrego e Sítios Reunidos (AMPC), adotaram o projeto. O presidente da entidade, Antônio Marcolino Torres, disse que no primeiro momento 30 moradores foram capacitados para extrair suco da fruta através de uma máquina a vapor. “Fiquei muito feliz”, diz a moradora Paloma Poliana Sousa e Silva, de 22 anos, licenciada em química pelo Instituto Federal de Educação Tecnológica.
O professor Vinícius Claudino de Sá contou que o próximo passo é usar os recursos do Prêmio Santander para construir a sede própria da fábrica de suco, instalar os equipamentos, consolidar os produtos (sucos e doces), formação da (o) responsável técnico, registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, por fim, comercialização do produto.
A meta é conseguir colocar em prática as duas ideias até o final de 2015. E, conforme o professor Vinícius Claudino de Sá, “são ideias simples, de custo baixo, que é viável ser aplicado em todas as outras comunidades, aproveitando a produção de caju, cajarana, manga, entre outros tipos da região”, explica o professor coordenador do projeto.
Professores Aldo Godin e Pedro Fernandes, vice e reitor da UERN
Na manhã desta terça-feira, 16, o reitor Pedro Fernandes, em visita ao projeto de extensão, anunciou a conclusão da licitação para construir o Campus da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Apodi. Em seu discurso, Pedro Fernandes sugeriu o nome da universitária Brenna Sonária para o nome do Campus.
A empresa vencedora do processo licitatório foi Antártica Construções. Outras duas empresas participaram do processo, que teve o resultado na edição desta terça-feira, 16, do Diário Oficial do Estado.
O Campus está orçado em 4.336,000,91. Será construído numa área de 4.763 metros quadrados, abrigando 30 salas de aula, espaço para biblioteca, bloco de laboratórios, área de convivência e setor administrativo.
Segundo o reitor Pedro Fernandes, a UERN vai construir em Apodi o seu primeiro campus temático, oferecendo engenharias de produção, de mineração, alimentos, de minas, entre outras. “Buscamos engenharias que beneficiam a região”, destaca o reitor.
Fonte:DeFato
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