sábado, 2 de novembro de 2013

Nova sequência de tremores em Pedra Preta assusta população

Atividades sismológicas no município de Pedra Preta voltaram a ser registradas na noite desta quinta-feira e na manhã de hoje. Entre aproximadamente 19h30 e 22h30 de ontem, a estação analisada pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registrou 11 tremores com epicentro no município, que distancia 149 km de Natal. Desses eventos, seis tiveram magnitude registrada acima de 2.5 graus. O evento de maior magnitude aconteceu às 19h56, com 3.5 graus. Já na manhã de hoje, às 8h51, a magnitude preliminar foi calculada em 3.3.
A constante sequência de tremores vem gerando medo e alerta na população. Segundo geofísicos da UFRN, a quantidade de abalos poderá vir a ser ainda maior e, por isso, é necessário prevenção. Joaquim Ferreira, chefe do Departamento de Geofísica, explicou que, devido à intensidade e curtos intervalos de tremores, a orientação à população é para que os moradores deixem suas casas durante os abalos.
“O mais prudente a ser feito é a população ficar atenta e deixar as suas casas. Esse tipo de atividade, geralmente, antecede um tipo de tremor mais intenso e isso é de se preocupar. Embora ainda não tenha ocorrido nada mais grave, a população deve se manter em alerta, procurando se proteger contra a queda de objetos”, explicou Joaquim Ferreira.
De acordo com o profissional, algumas orientações já foram repassadas à população sobre como se proteger dos abalos. “Estivemos em Pedra Preta em 2010, onde pudemos conversar com a população e orientá-la dos cuidados. A nossa sugestão foi em relação à colocação de uma ripa intermediária nos telhados das casas para diminuir os riscos de que as telhas e objetos caiam durante os tremores. Porém, não acredito que os moradores tenham seguido a nossa orientação”, pontuou o sismólogo.
Conforme informações repassadas pelo chefe de gabinete da Prefeitura de Pedra Preta, Jorge Alessandro Ferreira, os moradores estão apreensivos e a Prefeitura não dispõe de um lugar para abrigar a população no caso de uma tragédia. “Ontem todos saíram de suas casas e foram dormir nas calçadas, bancos e praças. As aulas nas escolas foram todas suspensas e o comércio não está funcionando normalmente. O único canto que tínhamos para abrigar a população é o ginásio, mas este está interditado, correndo risco de desabamento. Ou seja, não temos um lugar para abrigá-los”, afirmou Jorge Alessandro.
Durante a manhã de hoje, autoridades do município, profissionais da UFRN e Defesa Civil Estadual estiveram reunidos para analisar os acontecimentos e providenciar possíveis soluções.
O coordenador Estadual da Defesa Civil, Tenente Coronel Josenildo Acioli, esteve presente na reunião e informou que desde o início de 2011 o governo vem convocando as prefeituras para criarem as suas Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil, que devem ser as primeiras a dar o suporte nas emergências. “Como a prefeitura de Pedra Preta ainda não havia criado, estamos trabalhando para articular junto ao Prefeito um Plano de Emergência para lidar com esta situação dos abalos sísmicos, e outras que poderão surgir”, disse, que foi pessoalmente ao município nesta manhã.
Histórico
O município de Pedra Preta já contabiliza mais de 160 abalos sísmicos apenas neste ano, com a maior sequência de tremores se concentrando nos últimos dias. Os geofísicos do Laboratório de Sismologia (LabSis) instalaram um equipamento de transmissão de dados online, via telefone celular, para monitorar as ocorrências de tremores na região em tempo real.
Apesar de a cidade apresentar um histórico de tremores, os sismólogos da UFRN não sabem o que pode ter causado o aumento na atividade sísmica na região de Pedra Preta. Segundo eles, há a hipótese de uma falha na estrutura geológica da região do Cabeço Preto, onde está Pedra Preta, mas não há como garantir que essa seja a causa dos abalos.
Fonte:JH

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