quinta-feira, 21 de junho de 2012

Audiência discute greve da UERN, que completa 49 dias

Amanhã, a greve dos técnicos administrativos e professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) completa 50 dias. Apenas os cursos de Pós-graduação, Extensão e setor administrativo estão funcionando nos seis campi da instituição de ensino. Para discutir a problemática e tentar estabelecer um diálogo entre Governo do Estado e servidores, a Assembleia Legislativa realiza hoje, às 14h30, uma Audiência Pública cujo tema é "Crise na UERN". No centro do debate, o acordo firmado ano passado e não cumprido pelo Estado.

Os professores e alunos prometem lotar o auditório onde a audiência será realizada. De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UERN (Aduern), Flaubert Torquato, será a oportunidade para debater com a sociedade a situação atual da universidade. "Devem comparecer professores de Caicó, Mossoró, Patu, Pau dos Ferros, Assu e Natal. Vamos mostrar, mais uma vez, os motivos que nos levaram à cruzar os braços", explicou.

O presidente informou ainda que, apesar das decisões judiciais favoráveis à legalidade da paralisação, esperam que haja um acordo o mais breve possível. "Não é interesse dos professores continuar com essa greve. A Justiça está do nosso lado, mas queremos o diálogo com o Governo", colocou. A principal reivindicação dos docentes é o cumprimento de um acordo firmado em setembro do ano passado que pões fim a um paralisação de 106 dias. Na ocasião, o Governo se comprometeu em fornecer um reajuste salarial de 27,7%. O valor foi dividido em três parcelas a serem pagas nos meses de abril de 2012, 2013 e 2014. O primeiro pagamento, com acréscimo de 10,65%, não teria sido pago pelo Governo.

Segundo o titular da secretaria de Estado da Administração e Recursos Humanos (Searh), Antônio Alber da Nóbrega, o impacto do reajuste de 10,65% na folha de pagamento é de cerca de R$ 1,3 milhão ao mês. O valor corresponde a 10,8% da folha de pessoal da UERN, hoje em R$ 12,2 milhões mensais, e 0,48% da folha de pessoal do executivo estadual, que hoje corresponde a R$ 266 milhões por mês, entre ativos e inativos.

O reitor da UERN Milton Marques disse ontem à tarde, que não irá pedir o cancelamento do semestre letivo. "Não sei se estarei presente na audiência, mas com certeza alguém da universidade estará lá. Com relação ao pedido de cancelamento, não será feito. O que vai acontecer é o adiantamento das aulas assim que o impasse entre Governo e professores foi resolvido", explicou.

A greve na UERN completa hoje 49 dias. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), no último dia 13, reconheceu a legalidade da paralisação. O Governo do Estado ainda não tem previsão de quando implantará o reajuste salarial dos servidores e professores e anunciou que irá recorrer a instâncias superiores da decisão do pleno do Tribunal de Justiça. O procurador-geral do Estado Miguel Josino afirmou que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, após impetrar junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte um embargo de declaração. 

Fonte:tribuna do norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário