
O incidente com o Césio 137 em Goiânia, no ano de 1987, ilustra bem as possibilidades de danos que existem por trás do descarte do lixo proveniente de hospitais, unidades de saúde, clínicas e necrotérios sem o devido cuidado e procedimentos previstos.
Em setembro daquele ano, Roberto Santos Alves e Wagner Mota Pereira, catadores de sucata, entraram nas antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia, em Goiás, e saíram carregando um cilindro de ferro de mais de cem quilos.
Eles tentaram abrir o cilindro com uma marreta durante uma semana. Depois, venderam o cabeçote de uma bomba de Césio 137, usada em tratamento de câncer, para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho. Devair violou o lacre e encontrou uma pedra azul no interior do cilindro. Ofereceu a 'jóia' a mulher, distribuiu pequenos pedaços entre vizinhos e parentes.
Pelo menos, onze pessoas morreram, 250 se contaminaram e 600 entraram para o grupo de risco em função do 'espalhamento' do Césio 137.
No Brasil, cerca de 60% dos resíduos de saúde coletados são descartados de maneira inadequada, em locais impróprios, trazendo risco à saúde pública, segundo a Associação Brasileira de empresas de Limpeza Pública (ABRELPE).
Clébio Azevedo, diretor da Serquip no RN - recentemente vendida para a Sterecycle e única autorizada a tratar o lixo hospitalar do estado - acredita, entretanto, que o índice no RN seja menor. Segundo ele, 80% dos 'resíduos de serviços de saúde' produzidos pelo estado são incinerados pela empresa
Fonte:jornal de fato
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