Todas as 16 bacias hidrográficas do estado apresentam pontos de degradação. As situações mais críticas são no Piranhas/Assu, Apodi/Mossoró e Pitimbú
Como se já não bastasse o clima semi-árido, que domina todo o interior do Estado e caracterizado pelo baixo nível pluviométrico e irregularidade das chuvas, a bacia hidrográfica potiguar tem que resistir à ação do homem. Segundo dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o Rio Grande do Norte possui 16 bacias em seus mais de 52 quilômetros de extensão.A maior delas é a do Rio Piranhas/Assu, que ocupa 17.498,5 km² no semi-árido potiguar e possui grande importância econômica para o estado. A bacia corresponde a cerca de 32,8% do território estadual, abrangendo 33 municípios e uma população de aproximadamente 415.000 habitantes.No entanto, apesar da importância para o crescimento e desenvolvimento da região, o rio Piranhas/Assu é hoje um dos mais degradados do estado. Estudos ambientais apontam para o lançamento de despejos orgânicos de cidades, indústrias e esgostos em geral, como detergentes sintéticos, pesticidas, herbicidas, nutrientes agrícolas, produtos químicos complexos e substâncias tóxicas.Em setembro do ano passado, as prefeituras municipais da região assinaram Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), nos quais as administrações públicas se comprometeram a trabalhar para minimizar os impactos ambientais gerados pelos lixões e abatedouros públicos, com reflexo na bacia do rio.Em situação igualmente preocupante está o rio Apodi/Mossoró, principal manancial da bacia que leva seu nome e ocupa uma área de 14.276 km². Do ponto de vista histórico, o rio Apodi/Mossoró foi de grande importância para o estado. O povoamento do oeste potiguar se deu a partir de suas margens, onde se situavam os currais de gado que se direcionavam para o interior dessa região, dando origem a importantes núcleos urbanos como Mossoró, Areia Branca, Felipe Guerra, Apodi, Pau dos Ferros, dentre outros. De acordo com o IBAMA, as principais causas da poluição e degradação ambiental desse manancial, são o desmatamento da mata ciliar e a retirada de areia para a construção civil; lavagem de veículos e banho de animais; lixo depositado nas margens do rio; lançamento de esgotos domésticos e de oficinas. O desmatamento da mata ciliar deixa as margens do rio desprotegidas sendo causa do assoreamento. A retirada de areia provoca a redução de diversas espécies da fauna e flora aquática, reduzindo a biodiversidade aquática do rio. Segundo a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Territorial e Ambiental (SEDETEMA), mais de 70% dos esgotos domésticos da cidade de Mossoró são lançados, clandestinamente, e sem qualquer tratamento prévio, em galerias para águas pluviais. Poluição que desemboca nas águas do Apodi/Mossoró. No Litoral Leste, o principal manancial é o da sub-bacia hidrográfica é a do rio Pitimbu, fundamental para o abastecimento dos municípios de Natal, Parnamirim e Macaíba.Criado em 2004, o Comitê da Sub - Bacia Hidrográfica do Rio Pitimbu trabalha para preservar os recursos naturais da área. Segundo o comitê, atualmente os principais problemas enfrentados para a preservação do manancial são: o desmatamento da mata às margens do rio, assoreamento, disposição inadequada de resíduos sólidos (domésticos, industriais e outros), lançamento de efluentes domésticos, industriais e pluviais, além da ocupação desordenada do solo (empreendimentos na faixa de proteção do rio).São128,7 quilômetros de área, que respondem por por 20% do abastecimento de água da população da cidade de Natal, nas zonas Sul, Leste e Oeste.Além desses, as águas superficiais do Grajiru, Rio do Mudo e Potengi, também recebem lixo. O Grajiru alimenta a Lagoa do Jiqui e o Rio do Mudo a Lagoa de Extremoz. Segundo estudos da Plataforma de Resíduos Sólidos do Pólo de Turismo Costa das Dunas”, financiado pelo CNPq, há ainda constatação de degradação ambiental e áreas sujas com alguma forma de poluição aquática nos municípios de Touros, Rio do Fogo, Maxaranguape, Baia Formosa e Senador Georgino Avelino.
fonte: nominuto
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