RIO - Ceará e Goiás estão à beira de entrar em um grupo seleto: o dos estados que têm mais de um milhão de empregos formais. Assim, a dupla vai se somar, até o fim do ano, a São Paulo, Minas Gerais, Rio, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco - este já um neófito entre seus pares, tendo alcançado a marca no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O aumento da lista é uma amostra da forte inclusão de trabalhadores no mercado formal: de dezembro de 2002 a julho deste ano, foram mais 11,089 milhões de carteiras de trabalho assinadas.
Ter o documento criado por Getúlio Vargas assinado ainda é um símbolo de independência financeira e estabilidade. E certamente contribui para uma nota boa ao governo, que se traduz em votos para a candidata do PT ao Planalto. No total, o número de pessoas com emprego formal passou de 23,567 milhões no último mês do governo Fernando Henrique Cardoso para 34,656 milhões no mês passado, incremento de 47% no período.
Isso sem contar o forte crescimento do serviço público, que, se aquece a economia, preocupa alguns especialistas sobre o inchaço da máquina.
País tem de resolver problema de qualificação" O país vive hoje o auge do seu crescimento na abertura de vagas formais "
Para completar o bom momento, há um outro fato: o país atravessa um período de crescimento dos salários acima da inflação. Apenas entre 2004 e 2008 - últimos dados disponíveis no IBGE -, a renda média do trabalhador cresceu 17,3% acima da inflação.
- O país vive hoje o auge do seu crescimento na abertura de vagas formais. Acredito que novos empregos continuarão a ser criados nos próximos anos, mas dificilmente serão repetidos os ótimos números deste ano - afirma Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, lembrando que neste ano há uma combinação de forte aumento de consumo, investimentos e habitação.
O economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta que os números de ano eleitoral são geralmente os mais percebidos pelo povo. E lembra o saldo de geração de empregos formais no país entre janeiro e julho deste ano: 1,65 milhão, o melhor resultado da série histórica para os primeiros sete meses do ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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