quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cubanos podem ficar fora da nova fase do Mais Médicos, diz ministro da Saúde; RN preencheu vagas

Mesmo com mais de 15 mil candidatos para ocupar pouco mais de 4 mil vagas, 67 cidades que aderiram à última fase do programa Mais Médicos não conseguiram atrair nenhum profissional. Até agora, somente médicos com registro profissional no Brasil puderam se inscrever no programa. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, acredita que, com as demais chamadas, não será necessário recorrer a médicos cubanos. Hoje, eles representam 79% dos 14.462 médicos em atuação no Brasil por meio do Mais Médicos.
— Não podemos descartar os médicos cubanos, porque ainda temos 210 vagas em aberto. Parece-me que não teremos participação de médicos cubanos, mas os números ainda precisam se confirmar — disse Chioro.
Na semana passada, os profissionais puderam escolher as cidades onde queriam trabalhar. Segundo o Ministério da Saúde, dos 1.294 municípios que participam da nova fase do Mais Médicos, 1.181 supriram todas as sua vagas e 46 as preencheram parcialmente. Até agora, das 4.146 vagas novas ou repostas, 3.936 já foram ocupadas.
As 210 vagas restantes estão disponíveis para a segunda chamada dos médicos com registro no Brasil, a ser feita em 23 e 24 de fevereiro. Dos 15.747 que se inscreveram, 12.580 indicaram a cidade onde queriam atuar. Os 3.936 selecionados têm até o dia 20 de fevereiro para se apresentarem nos municípios e começam a trabalhar em março. Quem não aparecer será considerado desistente e a vaga dele estará também disponível na segunda chamada, da qual poderão participar os 8.644 não selecionados agora.
Os estados com pior desempenho no preenchimento de suas vagas foram o Pará, Amazonas e Mato Grosso. Chioro atribuiu isso ao isolamento de vários municípios na Amazônia. No Amazonas, 42 das 68 (61,8%) já foram ocupadas. No Pará, foram 170 das 236 vagas (72%). Em Mato Grosso, 50 das 59 (84,7%).
— Aí é a questão do isolamento mesmo, são cidades de mais difícil acesso — afirmou o ministro.
Os três estados também se saíram mal em outro quesito. No processo de escolha das cidades onde querem trabalhar, o médico pode indicar quatro opções. Das 67 cidades em que não foram alocados profissionais, 30 não foram apontadas em nenhum momento como uma opção de local de trabalho pelos médicos inscritos. São 11 cidades no Pará, sete no Amazonas, cinco em Mato Grosso, e uma cada nos seguintes estados: Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Su.
Alguns estados conseguiram preencher todas as vagas. É o caso do Rio de Janeiro, que tinha 236 vagas disponíveis distribuídas por 34 municípios. Outros estados que conseguiram o mesmo foram Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Norte, Tocantins, Amapá, Roraima, Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Em números absolutos, o Pará é onde mais vagas não foram preenchidas: 66. Em seguida vem o Ceará: das 528 vagas disponíveis – o que o torna o estado mais beneficiado na nova fase do Mais Médicos -, 35 ainda não foram preenchidas.
Parte das vagas era destinada a 12 distritos sanitários indígenas (DSEI). Segundo o ministério, 11 deles preencheram todas as vagas. Apenas no DSEI Alto Solimões, no Amazonas, ficaram vagas abertas: das cinco disponíveis, apenas uma foi ocupada.
O grande interesse dos médicos brasileiros é uma novidade em relação aos processos de seleção anteriores. Para o Ministério da Saúde, um dos fatores que contribuíram para isso foi a incorporação do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), uma iniciativa anterior do ministério que já tinha por objetivo levar médicos para regiões carentes. O Provab dá a seus participantes 10% de pontuação nas provas de residência.
Os médicos que se inscreveram agora podiam escolher se queriam essa pontuação extra – o que atrai principalmente recém-formados – ou se preferem as vantagens atuais do Mais Médicos, que incluem ajuda de custo, por exemplo. Dos 3.936 alocados em alguma cidade, 930 são provenientes da edição anterior do Provab, que tiveram a possibilidade de continuar trabalhando agora por meio do Mais Médicos. Outros 2.330 escolheram a pontuação extra na prova de residência, enquanto 676 preferiram os benefícios atuais do Mais Médicos.
Hoje o Mais Médicos conta com 14.462 profissionais que atendem 50 milhões de brasileiros em 3.785 municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas (DSEIs). Com as novas vagas, incluindo as ainda não preenchidas, serão 18.247 médicos trabalhando em 4.058 municípios e 34 DSEIs, atendendo 63 milhões de pessoas. Segundo Chioro, todo o programa terá gastos de R$ 2,69 bilhões em 2015.
O Globo


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