sexta-feira, 12 de setembro de 2014

UFRN faz planos para desenvolvimento e criação de novos cursos no Campus Caicó

Planejamento. A palavra é repetida com frequência pela professora Ana Aires, diretora do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES) em Caicó, unidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na cidade. Segundo a gestora, a atual administração – que completou três anos no último dia 31 de agosto – dedicou boa parte do período em que está à frente do campus ao árido terreno dos projetos, diagnósticos, planos, articulações e licitações.
“Desde que iniciamos, nosso foco é planejamento. Como planejar demanda tempo, somente agora é que efetivamente começamos a por em prática aquilo que idealizamos”, comenta a diretora, referindo-se à recuperação da estrutura física antiga, à conclusão de obras novas, à obtenção de recursos para pesquisa e extensão, assim como à criação de novos cursos, tanto de graduação quanto de pós-graduação em Caicó.
Duas linhas de mestrado idealizados no CERES – uma em História e outra em Geografia – foram aprovados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da UFRN e, para entrarem em funcionamento, aguardam apenas a autorização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Outras novidades em termos de ensino – que aguardam avaliação do Ministério da Educação (MEC) para começarem as atividades – são as carreiras de Música e de Gastronomia, esta última sediada em Currais Novos, onde o CERES também possui instalações. Em fase embrionária, encontram-se ainda projetos para graduações em Comunicação Social, Museologia e Serviço Social.
Incentivar trabalhos de pesquisa e de extensão no Seridó igualmente figuram entre os planos do Centro. Para tanto, a gestora da unidade cita duas políticas institucionais que auxiliam no incremento da quantidade de projetos desenvolvidos no campus de Caicó: primeiro a criação de vagas reservadas a docentes do interior nos editais de apoio financeiro abertos pela Universidade – o que garantiu recursos a todos os trabalhos do CERES em 2013 – e, em segundo, a concessão de bolsas de monitoria, pesquisa e extensão a projetos conduzidos por professores sem doutorado, desde que lotados fora do Campus Central – algo que representa uma exceção a critérios de distribuição de bolsas na Instituição, com o objetivo de fomentar a produção de conhecimento fora da capital.
“Nós tivemos um olhar bem especial para os projetos da região. Com apoio, os professores se tornam mais dinâmicos, motivados, mobilizados. Mais envolvidos com pesquisa”, analisa Ana Aires.
Infraestrutura
Problemas com a estrutura física do Campus Caicó são lembrados pela diretora como uma das primeiras dificuldades enfrentadas pela atual gestão. A sobrecarga do sistema elétrico da unidade, que impede a instalação de novos aparelhos de ar-condicionado e que inclusive provocava apagões diários, sobretudo durante as aulas à noite, demandaram adequações rápidas para permitir o funcionamento mínimo da Instituição. Pequenos serviços de manutenção dos espaços do CERES também foram implementados, após a formação de uma equipe responsável por limpeza, pintura, capinagem e reparos. A reforma que deve recuperar as instalações antigas e sanar definitivamente a insuficiência da rede elétrica encontra-se em licitação.
Existiam ainda obras em andamento, das quais duas foram inauguradas: o auditório, com capacidade para 400 pessoas, e a primeira etapa dos laboratórios de História e de Geografia. Um novo bloco de salas – em fase final – e o Museu do Seridó seguem em construção desde a última gestão por problemas com as construtoras responsáveis pelos serviços de engenharia. Em licitação estão o prédio destinado à pós-graduação, o reservatório elevado para abastecimento de água e a segunda etapa dos laboratórios de História e de Geografia. O investimento total estimado nas novas obras é de mais de R$ 3,6 milhões.
Do ponto de vista administrativo, a principal carência identificada havia sido a inexistência de assessorias que prestassem suporte à gestão, responsável também pelo Campus Currais Novos. Hoje, a direção do CERES conta com assessorias acadêmica, financeira e administrativa, que dão apoio ao planejamento e à execução de atividades de ensino, pesquisa e extensão, ao controle da aplicação dos recursos e ao cuidado com a infraestrutura da unidade.
Ana Aires explica que todas as precariedades detectadas no começo da gestão foram catalogadas em um Plano Diagnóstico, em que os problemas eram descritos e onde eram apresentadas propostas de ação para consertá-los. A partir daí, foram articuladas soluções com a Reitoria e com o Ministério da Educação (MEC). “É importante dizer que nada disso seria resolvido sem o apoio da Reitoria, sem a disponibilidade para sentar conosco e estudar modos de conduzirmos as soluções”, enfatiza a diretora do CERES. “Quando as coisas não saem logo, é como se a gente estivesse com má vontade, mas não é isso. Tem obra, por exemplo, que entrou em licitação pela terceira vez e ainda corremos o risco de não termos empresa que se interesse, apesar de fazermos estudos para garantir a viabilidade da obra”.
O Plano Diretor do CERES é o próximo passo para melhorar a infraestrutura do Centro. O documento, aprovado no final de agosto, define diretrizes para o crescimento da estrutura física da unidade acadêmica, a exemplo do traçado de ruas; da disposição de futuros prédios, como o ginásio poliesportivo, o restaurante universitário, os espaços de convivência e os abrigos para veículos oficiais – previstos para 2015; assim como a delimitação de uma área de preservação de mata nativa correspondente a 30% da área do campus.
Apesar das dificuldades, Ana Aires comemora os avanços alcançados. “Planejar não foi fácil. Chegar ao MEC não foi fácil. Fazer a Administração Central entender que o interior necessita de um olhar diferenciado precisou de muito suor”, afirma. “Não se muda uma coisa de 40 anos em apenas três, mas estamos trabalhando. Defendemos uma política de interiorização com foco mais inclusivo, mais democrático. Chega de só desenvolver capital. As pessoas precisam ficar no interior, e ficar com prazer”.
Com informações da UFRN/blog do bg

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