quinta-feira, 13 de março de 2014

Aldair acusa Rosalba de omissão sobre dados da segurança no RN

Ex-secretário de Segurança Pública foi exonerado essa semana após anunciar crise e falta de equipamentos e efetivo em reunião nacional.

A omissão dos dados sobre a Segurança Pública na administração da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) no Rio Grande do Norte foi confirmada pelo ex-secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha. Em entrevista ao RN Acontece da Band nesta quinta-feira (13), o ex-secretário disse que Rosalba quis omitir a verdade sobre a pasta e ele contestou. 
Sem meias palavras, o secretário admitiu que omitiu dados sobre efetivo policial e falta de equipamentos. “Eu poderia ter omitido algumas informações, mas avisei a governadora que temos que ser realistas em relação a efetivo e equipamentos que dispomos ou não dispomos por causa da Copa”, detalhou.
O ex-secretário se defendeu e disse que “colocou a verdade” por causa da questão da segurança na Copa. “A governadora não recebeu com carinho o meu posicionamento, mas eu coloquei a verdade. Existem realidades que considero que podem ser omitidas, mas num momento desse [Copa do Mundo], por exigência do governo federal tive que falar [..] Você coloca em risco a segurança da Copa”, afirmou.
Aldair admitiu que omitiu dados da segurança em entrevistas em rádios, televisões e jornais. “Existem dados como a quantidade de coletes, armamento, que não falamos porque são sigilosos, reservados”, comentou.
A possível intervenção feita pelo governo federal no Rio Grande do Norte foi negada pelo ex-secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha. Ele disse que não houve intervenção e que a escolha do nome do general Eliéser Girão Monteiro Filho foi feita pela governadora. “Em nenhum momento houve intervenção. Eu coloquei o cargo a disposição desde outubro do ano passado e pedi que a governadora encontrasse um nome para assumir a pasta. Girão é uma pessoa competente, foi secretário em Roraima e tem um currículo extraordinário”, comentou.
A mudança na pasta ocorreu após visita do ministro José Eduardo Cardozo ao Rio Grande do Norte. O fato levantou questionamentos da classe política que afirmou que a indicação foi uma imposição do governo federal por causa dos dados da insegurança no Estado.
Durante a entrevista, o delegado da Polícia Federal afirmou que sua saída foi motivada pelo descontentamento da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) após uma apresentação feita por ele de dados negativos da Segurança Pública. “O meu posicionamento nos últimos dias descontentou a governadora. Eu disse a ela que estamos há 90 dias e não temos mais como não relatar o que está acontecendo no Rio Grande do Norte”, comentou.
Sobre sua exoneração, Aldair disse que já estava “pedindo a exoneração”, mas que havia indicado uma pessoa para ficar na pasta e ele daria o apoio técnico necessário. “Eu não fui consultado por esse nome, eu tinha indicado outro e ficaria junto, na Polícia Federal dando assistência. Esse era meu entendimento, mas quando fui falar, ela descartou o nome”, detalhou.

Após a publicação da exoneração, Aldair convocou coletiva e anunciou em tom de “frustração” os projetos que não foram executados. Hoje, passados dois dias, Aldair mudou o discurso e negou a frustração. “Não é bem uma frustração. Tínhamos um quadro difícil, conseguimos superar dificuldades, obstáculos. Avançamos, criamos projetos”, comentou.
O ex-secretário listou 11 projetos importantes criados em 2011 e 2012 como a digitalização do acervo do ITEP; projetos de mais equipamentos para a Polícia; projetos de câmeras de monitoramento, Ronda cidadã e outros.
Eleições
No final da entrevista, Aldair – que é filiado ao PTB – afirmou que o partido irá sentar com os outros partidos para definir qual caminho seguirá na composição de alianças, mas que se sente livre para conversar com todos. “O partido está livre para conversar com outros partidos. O nosso presidente [Benito Gama] já está sabendo do que aconteceu [rompimento político com a governadora] e vamos ver para que lado o PTB vai nas próximas eleições”, justifica. 
Fonte:Nominuto

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