quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Água é imprópria ou já falta em 21 cidades do Rio Grande do Norte

A quantidade de cidades potiguares com colapso no sistema de abastecimento de água cresceu de 12 para 21 nos últimos 30 dias. Os dados foram atualizados pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) e mostram cidades que não recebem mais água encanada ou que recebem líquido impróprio para consumo humano. Os casos são concentrados nas regiões Seridó, Oeste e Alto Oeste do Estado. Apenas a regional do órgão em Pau dos Ferros tem nove municípios nessa situação (veja infográfico na página 10). Ao todo, 146 cidades potiguares e mil comunidades rurais estão em situação de emergência e os moradores são abastecidos por carros-pipa.
Os números foram atualizados pela companhia na última reunião do Comitê de Combate à Seca, realizada na segunda-feira (10). Seis cidades da região Oeste entraram na lista. Em pelo menos oito desses municípios, apesar dos moradores receberem água, ela está imprópria para o consumo humano, por isso, o abastecimento já é considerado insuficiente.
O colapso ocorre quando a concessionária do serviço público de abastecimento não consegue manter seu serviço por falta de água no reservatório de onde ela é tirada.  Segundo o gerente de Desenvolvimento Operacional e Controle de Perdas da Caern, Isaias Costa, o colapso ocorre em duas etapas, sendo a primeira quando a empresa começa a ter problemas para abastecer toda a cidade ao mesmo tempo, por falta de água. “Conversamos com as pessoas para fazerem o uso racional do líquido, depois temos que fazer rodízio por região da cidade. Com a falta de chuva, a salinização da água fica elevada e nós deixamos de cobrar pelo abastecimento, apesar de ele continuar, porque a água está com a qualidade aquém do exigido. Avisamos à população que não a utilize para o consumo humano, mas  para outras atividades”, explica. Esse seria o caso das seis cidades do Oeste, além de Jucurutu e Luis Gomes, onde a água está com alto índice de salinização. “ Então chega a um ponto em que as bombas praticamente não conseguem mais puxar a água. Uma hora passam a sugar lama, material orgânico. Esse é o nível mais crítico”, acrescenta o gerente da empresa. Ainda de acordo com ele, os níveis de salinização da água são medidos diariamente pela Caern.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Tarcísio Bezerra, que preside o Comitê Estadual de Combate à Seca afirmou que todos os projetos executados pelo governo do estado estão em andamento e serão intensificados  para combater o problema.
Emergencialmente, a operação pipa do Exército brasileiro abastece 113 cidades, enquanto o programa da Defesa Civil do Estado atende outras 28. “São cerca de 300 mil pessoas, ao todo, que estão sendo atendidas dessa forma”, acrescenta. Mas falta de controle sobre a qualidade da água, visto que praticamente nenhum desses municípios possui órgãos que vistoriem o transporte do líquido. O único controle do Estado, por enquanto, é feito através de um atestado da qualidade água, onde os carros-pipa são abastecidos. “Conseguimos recursos federais (R$ 5 milhões) para comprar 113 mil filtros que estão sendo entregues à população,  porque estávamos preocupados com a qualidade da água”, argumentou o secretário.
Bezerra também citou vários sistemas adutores, que estão sendo construídos ou ampliados. Segundo ele, o do Seridó, com 28 km, já foi finalizado. Outros são o de Brejinho e a adutora da Espingarda, em Caicó, também concluídos, e o do Alto Oeste (95% executado). A adutora de Parelhas/Carnaúba dos Dantas está em 98%, e a ampliação do sistema Monsenhor Expedito tem inauguração prevista para março. O Seridó e o Vale do Açu deverão contar com a barragem de Oiticica. A adutora de engate rápido de Pau dos Ferros também começou a ser construída.
Entretanto, parte das adutoras prontas não funciona porque os reservatórios que deveriam abastece-las estão com pouca água. O secretário, porém, não precisou quais delas estariam nessa situação.

Fonte: Tribuna do Norte

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