domingo, 29 de julho de 2012

José Agripino é acusado de ter recebido dinheiro de Caixa2 na campanha de Azeredo

A revista CartaCapital, publicação nacional, estampou na edição desta semana, uma lista inédita de beneficiários do que seria o Caixa 2 da campanha a reeleição do então governador Eduardo Azeredo, de Minas Gerais, em 1998. E na relação, pelo menos um nome é bem conhecido do eleitor potiguar: o senador e presidente do DEM, José Agripino Maia.
O esquema foi operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza, que assina a lista, registrada em cartório. O agora ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, aparece também entre os beneficiários. Mendes teria recebido 185 mil reais. Já o senador potiguar teria recebido uma quantia de R$ 70 mil.
O pagamento a José Agripino, segundo a listagem, seria feito via governador Eduardo Azeredo e Pimenta da Veiga. Vale lembrar que em 1998, o potiguar disputou pela terceira vez o Governo do Rio Grande do Norte, mas foi derrotado em primeiro turno pelo hoje ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.
Além da lista de políticos beneficiários no esquema, constam meios de comunicação, institutos de pesquisa e fornecedores de vários serviços de campanha que não necessariamente sabiam da movimentação ilegal de recursos. Segundo a revista, todos podem ter recebido sem conhecer a origem do dinheiro que pagou por seus serviços.
“De qualquer forma, a contabilidade assinada e registrada em cartório pelo publicitário Marcos Valério de Souza mapeia o fluxo dos recursos não-registrados oficialmente. A diferença é colossal. Azeredo declarou ter gasto 8 milhões de reais, mas os números apontados pelo publicitário chegam a 104 milhões”, afirma a CartaCapital.
Segundo a revista, todos os papéis estavam em posse do advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte, e foram entregues à Polícia Federal. “Certos assessores de imprensa disfarçados de jornalistas tentam desqualificar a lista pinçando nomes de empresas citadas e perguntando se elas se corromperiam por tão pouco. Não sabemos afirmar (nem esta é a questão, a não ser para a estratégia diversionista de certos assessores de imprensa). Mas achamos que se abre uma nova linha de investigação do valerioduto”, acrescenta.
MEMÓRIA
O Jornal de Hoje publicou em maio uma série de matérias mostrando a atuação nos bastidores da campanha eleitoral de 2006 de Rosalba Ciarlini, atual governadora do Estado, mas que serviu para levá-la para o Senado Federal. Nas escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça, é possível constatar a negociação de troca de dinheiro por apoio político, Caixa 2 e a tentativa de sonegação fiscal e compra de votos. Vale lembrar que assim como o senador José Agripino, Rosalba, na época, pertencia ao PFL, hoje DEM.
Se essa não é a primeira vez que o DEM no Estado se envolve em denúncias de Caixa 2, também não é a primeira a envolver o nome de José Agripino e o recebimento de dinheiro. Na Operação Sinal Fechado, o Ministério Público ouviu o nome do senador ser citado algumas vezes pelos envolvidos – George Leal, Alcides Fernandes e o empresário conhecido como Gilmar da Montana. Agripino teria recebido R$ 1 milhão para tentar manter o esquema fraudulento na inspeção veicular montado no Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte, Detran/RN.
Senador afirma que matéria quer desviar foco do Mensalão
O Jornal de Hoje ouviu na manhã deste sábado o senador José Agripino sobre a denúncia feita pela CartaCapital e, para ele, tudo não passa de uma “piada de mau gosto”, com o intuito de desviar o foco do mensalão, que está previsto para ser julgado em agosto, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tudo não passa de uma piada de mau gosto. De extremo mau gosto. Veja se cabe na cabeça de alguém eu ser um dos beneficiários de um esquema de caixa 2 do PT (porque teria sido organizado do Marcos Valério). Não dá. É uma tentativa clara de desviar o foco para o julgamento do mensalão”, respondeu Agripino.
Segundo o senador, também, não é possível ressaltar nem bom argumento que justifique a situação dele como beneficiário do esquema. “Não dá. A matéria é frágil demais, carente de qualquer fundamento e publicada logo a onde? Na CartaCapital, uma velha conhecida do PT”, acrescentou o senador.
José Agripino também ressaltou que tanto é sem fundamento a notícia que o próprio Marcos Valério, a quem a lista seria atribuída, se manifestou dizendo que desconhece a informação – ou a relação de beneficiários. “Ele já falou que não tinha lista alguma e que vai pedir aos advogados para se manifestarem. Ora, se ele está dizendo que não existe, como pode? É uma coisa antiga, requentada, mas sem validade”
Fonte:portal jh

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