LONDRES - Uma nova técnica de fertilização in vitro, ainda em fase de testes na Inglaterra, poderá triplicar as chances de uma mulher ter uma gravidez saudável após a inseminação artificial. Segundo os pesquisadores, a novidade poderá aumentar 'drasticamente' as chances de fecundação e diminuir consideravelmente o número de abortos espontâneos no início da gestação.
Atualmente, uma mulher de 40 anos tem 10% de engravidar a cada ciclo de fertilização in vitro. Com a técnica, as chances aumentariam para até 30%. Em uma mulher de 30 anos, que tem de 30% a 40% de chance, a probabilidade aumentaria para 70% a 80%.
A nova técnica permite que os médicos testem o embrião por alterações nos cromossomos, responsáveis por 70% dos abortos espontâneos nos primeiros três meses de gestação. Assim, o embrião mais sadio seria escolhido antes da implantação, diminuindo os riscos de complicações. De acordo com os pesquisadores da clínica Care, em Manchester, o novo procedimento poderá duplicar ou até mesmo triplicar as chances de uma rodada de fertilização in vitro sem danificar a integridade do embrião.
Por enquanto, a novidade está sendo testada em três mulheres com idades entre 35 e 40 anos. Todas devem dar à luz no fim de dezembro. O coordenador do projeto, o médico Simon Fishel, disse à rede de notícias BBC que a nova técnica representa um incrível avanço que em breve fará uma diferença 'estupenda' na vida de milhares de mulheres.
- Antes, trabalhávamos cinco, seis ou talvez dez embriões sabendo que pelo menos metade tinha alterações cromossômicas. Não tínhamos como testar cada um para descobrir quais tinham problemas. Hoje temos um teste objetivo que consegue nos dar respostas mais precisas.
Na fertilização in vitro, o embrião chega ao estágio conhecido como blastocisto no quinto dia de existência. É neste dia que ele costuma ser implantado no útero.
- Neste estágio, o embrião tem duas partes. A primeira é formada pelas células que vão se transformar no bebê. A segunda são as células que vão virar a placenta. Na nova técnica, podemos fazer uma pequena biópsia das células da placenta sem mexer nas do feto.
Segundo Fishel, na análise é possível ver todos os cromossomos antes da transferência do embrião para o útero. Assim, o implante do embrião se tornaria muito menos arriscado e bem mais eficiente.
- Acredito que teremos uma revolução na fertilização in vitro nos próximos 12 meses - conclui o médico.
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