Os moradores da Casa do Estudante de Mossoró (CEM) estão preocupados com o atraso de mais de quinze dias no fornecimento de comida para o local neste mês. O motivo seria a falta de pagamento aos fornecedores de alimentos, responsabilidade do Governo do Estado. De acordo com o vice-coordenador da entidade, Joelson de Carvalho, a situação só está sob controle por causa das doações que os estudantes receberam. "Mas nesse período de transição de Governo há sempre um déficit nesse setor e estamos preocupados com o que pode ocorrer daqui para frente", diz.
O coordenador da CEM, Valdemar Filho, afirma que o caso deve merecer uma atenção especial por parte do poder público, tendo em vista o crescimento da casa nos últimos anos. "Até o ano passado, tínhamos apenas um processo seletivo para selecionar as pessoas que queriam morar lá. Este ano, tivemos que aumentar para três".
Apesar disso, Valdemar admite uma melhora do quadro nos últimos anos, mas acredita que a entidade ainda não tem garantias para receber com regularidade seus benefícios. "Estivemos em situações piores, mas enquanto não assinarmos um convênio firmando um compromisso do Executivo estadual com a CEM, não teremos garantias de receber o auxílio de que necessitamos".
Para o reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Milton Marques, este fato ocasiona uma relativa dependência dos estudantes com a "sensibilidade" dos responsáveis pelo Executivo estadual. "Como não existe uma regulamentação por lei, a questão fica muito a critério dos gestores. É preciso certos gerenciamentos com sensibilidade. A Universidade ajuda como pode". No último mês, o reitor foi o responsável por uma das doações que estão mantendo o estoque dos estudantes: foram R$ 6.900 em alimentos.
Como conta Valdemar, a documentação por parte da CEM para que um convênio seja firmado com a Secretaria de Estado do Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas) está pronta. "A gente espera apenas a aprovação do Executivo", declara.
Com relação à questão da alimentação, o titular da Sethas, Gercino Saraiva Maia, diz que as providências já foram tomadas, e que o caso será solucionado ainda esta semana. "Pedimos a imediata reativação do fornecimento ao Supermercado Cidade, que é o nosso fornecedor. Eu conversei ontem com o pessoal com quem fazemos o contato e combinei o pagamento da primeira parcela na sexta-feira", assegura.
Já para firmar o convênio, Gercino afirma que a Sethas está "analisando as possibilidades", diz. "O Estado não tem verba, mas não existe uma indisposição. Um passo importante foi dado, que é esse de preparar a documentação. A gente pode firmar um convênio pequeno de cinco ou dez mil reais a ser analisado pelo próximo governo. Quanto a isso, teremos uma definição na próxima semana", conta o secretário.
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