quarta-feira, 5 de maio de 2010

Município de Assu pede carros-pipa para amenizar efeitos da seca verde


Fênomeno passa a afetar também o abastecimento de água da população, devido aos baixos níveis dos reservatórios.

A configuração no Rio Grande do Norte da chamada "seca verde" não deve atingir apenas a safra da agricultura familiar - que, em grande medida, deve ser perdida neste ano -, mas também o abastecimento d´água da população situada nas zonas rurais dos municípios atingidos, que são principalmente aqueles das regiões Oeste e Central do Estado.

A cidade de Assu deve ser o primeiro exemplo disso. A prefeitura do município já teve de contatar a coordenação da Defesa Civil Nacional, em Brasília, pedindo carros-pipa para abastecer a sua população rural, conforme informou hoje. O problema acontece devido aos baixos níveis aos quais os reservatórios ficam submetidos em função do fenômeno.

“Infelizmente temos esta configuração climática. Muitos municípios, não só Assu, estão precisando do auxílio do Governo Federal através da Operação Pipa”, relata a coordenadora da Defesa Civil do estado, Marta Geísa da Silva. Ela explica que foi aberto um canal para as prefeituras se comunicarem diretamente com o órgão nacional, de forma a agilizar o processo.

“Em todos os distritos a seca já é uma constante. Apenas na área litorânea as chuvas estão mais fortes. Por exemplo, hoje Natal está debaixo d’água, mas no semi-árido, isso é uma realidade distante”, enfatiza o assessor da Prefeitura de Assu, Leonardo Sodré. Na mesma região, ele diz que Angicos, Lajes e Ipanguaçu passam pela mesma situação.

Seca Verde

A chamada seca verde ocorre quando o déficit pluviométrico atinge os 30 ou 40% do que é considerado normal. Com a previsão de um inverno com chuvas abaixo da média para todo o Nordeste em 2010, esta deficiência torna-se ainda mais agravante. Quando acontece, as plantações ficam verdes, mas não há produção de frutas ou grãos.

Para os agricultores que dependem das culturas sequeiras, como o milho e o feijão, o fenômeno torna inviável a manutenção das lavouras. Aqueles que têm sistema de irrigação próprio, por outro lado, não sofrem com este mal.

Além disso, também existe o “Garantia Safra”, que funciona como um seguro para o agricultor em casos de perda de produção agrícola. O projeto prevê o pagamento de R$ 600 em quatro parcelas de R$ 150 para que o sertanejo disponha de alguns recursos para enfrentar os períodos difíceis.

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