sexta-feira, 30 de abril de 2010

Emparn constata seca verde para as regiões Oeste e Central do RN


Meteorologistas do órgão afirmam que, se o agricultor plantar, o prejuízo é certo. Nível das chuvas na região, que deveria ser de 70ml³, chegou apenas a 42 ml³.

A paisagem inteiramente verde, de um jeito que chega dá gosto. Mesmo assim, o agricultor do semi-árido potiguar não vê nem a cor do milho ou do feijão. Esta é a chamada seca verde, que começou a assolar o interior do Rio Grande do Norte, principalmente nas regiões Oeste e Central. Ao que tudo indica, plantar nestes lugares vai ser sinônimo de perder a safra.

A previsão é da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), baseada no aquecimento das águas do Atlântico Norte aliado ao fenômeno El Niño – cuja influência causou quadro climático de chuvas abaixo da média para o inverno deste ano. Para agravar a situação do agricultor familiar, a projeção é de que o período chuvoso do semi-árido se encerre já em meados de maio.

De junho a janeiro do próximo ano, a expectativa é de que a região sofra com a seca. “É um longo período sem chuvas, e o quadro climático do inverno não está nada melhor para a agricultura, mas a cultura do agricultor familiar é essa. Estamos falando de um povo que vive para plantar, colher seu sustento da terra. No inverno, eles também recebem incentivos e sementes do Governo, então eles arriscam”, é o que constata o meteorologista Gilmar Bistrot, da Emparn.

Seca verde

A seca verde acontece quando o déficit de chuvas previstas chega aos 30 ou 40%. Em grande parte do agreste, segundo Bistrot, tem chovido apenas 60% do esperado. “A média do semi-árido para esta época é de 70 ml³, então, o registrado ultimamente é de aproximadamente 42 ml³ apenas”, relata.

Para os proprietários de terra que dispõem de sistema de irrigação em suas fazendas, não há problema algum. A recomendação para aqueles que dependem das chuvas, no entanto, é de que nem sequer plantem – principalmente quando o plantio for o da soja. Bistrot enfatiza que, mesmo em condições favoráveis, esta cultura já apresenta risco aos agricultores. Em um quadro de seca verde, principalmente, estes riscos são potencializados. “É certo: quem se arriscar, vai ter prejuízo”.

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