quinta-feira, 3 de março de 2016

Governador quer que filha deixe cargo depois da repercussão negativa dos 'fantasmas' na AL

O governador Robinson Faria (PSD) se pronunciou, pela primeira vez, sobre o escândalo dos “fantasmas” na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, onde tem a filha Janine Faria ocupando cargo sem concurso público, no gabinete do deputado José Dias. O governador defendeu a filha, disse que ela não cometeu nenhuma ilegalidade, mesmo assim, defendeu que Janine deixe o cargo.
Segundo Robinson, a sua filha, que é bacharel em Direito, cumpre o seu dever com expediente de seis horas por dia e que foi chamada por José Dias sem a sua influência. Ele afirmou que quando a filha começou a trabalhar na Assembleia Legislativa, não tinha qualquer influência, ressaltando que era um vice-governador “desprestigiado”.
“Eu acho que, se depender da vontade do pai, eu acho que ela deve entregar o cargo e sair. Não por ter cometido algum erro, ou pecado, ou algum ato ilegal, mas para ela ter paz”, disse Robinson em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi.
Robinson e a filha viraram alvos de críticas após o Portal da Transparência da AL ter revelado, em fevereiro, que mais de 81% dos funcionários da Casa são indicados pela Mesa Diretora ou pelos próprios parlamentares.
Segundo o Portal, Janine ocupa a função de secretária de gabinete parlamentar e recebeu R$ 3.507,07 de salário base em janeiro. No mesmo mês, ela também foi gratificada com R$ 6.924,59 provenientes de outras vantagens. Com o desconto de R$ 1.478,85, o resultado foi o pagamento líquido de R$ 8.952,81.
Atualmente, a Assembleia Legislativa do RN possui 3.181 servidores. Destes, apenas 552 são efetivos, sendo 173 aposentados ou pensionistas. Outros 51 são cedidos de outros órgãos e os demais 2.592 (o equivalente a 81,4%) são funcionários indicados pela Mesa Diretora ou pelos próprios parlamentares.
Somente entre os anos de 2011 e 2015, durante a gestão do deputado Ricardo Motta, foram criados 1.712 cargos de confiança. A partir do início deste ano, já com a presidência de Ezequiel Ferreira, foram 44, o que dá um total de 1.756 comissionados – número que representa um aumento de 86% no total de funcionários ativos. Enquanto isso, os cargos de provimento efetivo e os de livre nomeação e exoneração já totalizam 379 e 2.592 servidores, respectivamente, o que significa que para cada cargo efetivo existem hoje sete cargos em comissão.
Fonte:De Fato

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