quarta-feira, 3 de junho de 2015

FBI investiga escolhas de Rússia e Qatar como sedes da Copa

A investigação conduzida pelo FBI e pela Procuradoria de Justiça dos EUA, que já solicitou a prisão de nove dirigentes da Fifa e cinco empresários de marketing esportivo acusados de integrar um esquema de corrupção, agora bate à porta de novo alvo: as escolhas de Rússia e Qatar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente. De acordo com a agência de notícias Reuters, a votação que elegeu, em 2010, os países-sede das próximas duas Copas serão alvo de investigações complementares ao processo iniciado na última semana.
Quando a investigação dos EUA veio à tona, na última quarta-feira, a Justiça americana informou que as acusações diziam respeito ao pagamento de propinas no valor de U$ 150 milhões para dirigentes da Concacaf, Conmebol e Fifa, em vendas de direitos de transmissão de torneios de seleções. Naquela ocasião, o procurador americano Kelly Currie afirmou que o indiciamento das 14 pessoas não era o capítulo final da investigação. Em paralelo a isso, autoridades da Suíça, onde foram presos sete dos acusados na investigação do FBI, anunciaram a criação de seu próprio inquérito criminal a respeito das sedes das próximas duas Copas do Mundo.
O desejo de investigar as escolhas de Rússia e Qatar como sedes das Copas de 2018 e 2022 é antigo. Inglaterra e EUA, derrotados na votação em questão, em dezembro de 2010, levantaram dúvidas sobre compra de votos no Comitê Executivo da Fifa, responsável pela seleção dos países-sede de cada edição da Copa do Mundo. Os ingleses tentavam sediar a Copa de 2018, enquanto os EUA lutavam pela organização da edição de 2022.
Autoridades de Rússia e Qatar negaram repetidas vezes a existência de irregularidades no processo de suas escolhas como países-sedes das próximas Copas. Na última semana, após o FBI solicitar a prisão de 14 acusados de participação no escândalo de corrupção da Fifa, o governo russo questionou os reais interesses dos EUA, levantando a possibilidade de uma conspiração para retirar da Rússia o posto de sede da Copa do Mundo de 2018.
INTERPOL VAI ATRÁS DE JACK WARNER E NICOLAS LEOZ
Nesta segunda-feira, a organização policial internacional Interpol incluiu em sua lista de procurados dois ex-dirigentes da Fifa, ambos investigados pelo FBI. Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, e Nicolas Leoz, antigo mandatário da Conmebol, tiveram suas prisão solicitadas pela Interpol. Os dois já tinham recebido mandado de prisão do FBI na última semana. Warner se apresentou às autoridades em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago, e passou a noite na cadeia antes de conseguir pagar fiança. Leoz, que estava hospitalizado no Paraguai, cumprirá prisão domiciliar ao menos por 60 dias, enquanto a Justiça dos EUA apresenta formalmente suas provas.
A Interpol também emitiu alertas, que não equivalem a mandados de prisão, para os empresários de marketing esportivo Alejandro Burzaco (Torneos y Competencias, ou TyC Sports), Jose Margulies (Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla), Hugo e Mariano Jinkins, ligados ao grupo Full Play.
Fonte:O Globo

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