Corte de verba ameaça bolsitas do IFRN e UFRN

Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte precisam se preocupar com a contenção de gastos das instituições. O motivo é a crise financeira que o Brasil enfrenta atualmente. O Ministério da Educação encaminhou e-mail aos coordenadores institucionais pedindo que os gastos não se excedam e informando sobre possibilidades de cortes para o segundo semestre em todas as pastas de educação, em função do ajuste orçamentário que o país enfrenta.   Apesar das contenções, a coordenadora de Pesquisa do IFRN, Andrezza Tavares, garante que ainda não houve cortes nas bolsas dos alunos de iniciação científica. Ela não soube informar se os cortes que podem acontecer a partir de agosto vão atingir as bolsas dos estudantes. “O comunicado não informava de que maneira esses possíveis ajustes serão feitos”, afirma.   De toda forma, Andrezza Tavares diz que os coordenadores estão tentando uma articulação para que os cortes não atinjam, ou cheguem de maneira amena ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). “São 1000 alunos que temos nesse programa e seria muito ruim o corte”, disse.   Segundo Andrezza, alguns gestores se reuniram nesta semana com a senadora Fátima Bezerra para conversar sobre essa situação. A expectativa dela é de que o Pibid não seja atingido pelo contingenciamento.   Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a situação também é a mesma relatada pelo IFRN. O pró-reitor de Administração da instituição, Anailson Gomes, também afirma que não houve cortes nas bolsas e que não há previsão para isso. Na Universidade Federal, a grande preocupação diz respeito ao corte de 50% do investimento previsto para este ano de 2015. A reitora da UFRN, Ângela Paiva, inclusive, está em Brasília para tentar diminuir esta redução. Isso porque o corte atingiria, principalmente, as obras em andamento nas dependências da Universidade.   Entretanto, uma matéria veiculada ontem n’O Globo traz a informação de que um dos coordenadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Caps) teria encaminhado e-mail aos responsáveis pelos Pibids de cada instituição informando que haverá cortes a partir de julho, que podem gerar interrupção total ou parcial do programa. A Caps é o órgão responsável por repassar o dinheiro dos bolsistas.   Segundo a reportagem publicada no jornal, o professor Hélder Silveira, coordenador geral de Programas de Valorização do Magistério da Caps, informou também, através de videoconferência durante uma reunião do diretório nacional do Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid), que as reduções podem ficar entre 50% e 90%. Atualmente, são 90 mil beneficiados, recebendo bolsas de R$ 400 cada um.   De acordo com O Globo, somente na Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica (DEB), da qual faz parte, o professor Helder Silveira identifica mais de dez programas que devem ser afetados com cortes. Isso inclui, segundo a matéria, a concessão de bolsas que estão em vigência a partir de julho de 2015.   Além do auxílio aos estudantes, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência também é importante para suprir a carência de professores na rede pública. Como os alunos que recebem o benefício atuam em sala de aula, numa prática de docência, uma interrupção no Pibid pode afetar diretamente o sistema público de educação.   Os bolsistas servem também para complementar os quadros deficitários das escolas, em disciplinas essenciais na formação dos estudantes da rede pública de ensino.   Diante do e-mail, a Caps negou ao Globo por nota que o programa será interrompido. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior disse na nota que permanece em diálogo com o Ministério da Educação para manter os programas e ações estruturantes. “Ressaltamos que não haverá interrupção de programas em funcionamento, bem como não há, até o presente momento, qualquer decisão quanto a eventuais contingenciamentos em programas específicos no âmbito da Capes”, afirmou a Coordenação no comunicado encaminhado à imprensa.
Fonte:Novo Jornal