segunda-feira, 25 de maio de 2015

Potiguar é destaque mundial com projeto para deficientes visuais

Uma bengala com sensores de raios infravermelhos e raios ultrassônicos que orientam o deficiente visual quanto à sua localização no espaço. Parece algo futurista, mas já é realidade. A iniciativa partiu do potiguar Danilo Pessoa Diógenes e foi destaque internacional, recebendo o reconhecimento através do Prêmio Here for Good. Recém-formado em Engenharia da Computação pela Universidade Potiguar, o jovem desenvolveu o projeto ainda nos bancos da graduação com intuito em contribuir para a melhoria social de pessoas com baixa visão ou totalmente cegas. 

Danilo desenvolveu o projeto do Sistema de Auxílio ao Deslocamento para Deficientes Visuais (SADDV), uma bengala que possui sensores com interface com fones de ouvido. Essa tecnologia possibilita duas ações: enquanto um tipo de sensor alerta para obstáculos encontrados acima da cintura do condutor, como telefones públicos, através de vibrações diferenciadas de acordo com a extensão do objeto, o outro sensor emite sons, semelhantes aos das câmeras de ré de um carro, no caso de obstáculos abaixo da cintura, como bancos, buracos ou degraus. 

O trabalho teve importância reconhecida pelo Here for Good, ação da Laureate International Universities, que apoia projetos que busquem minimizar efeitos de problemas comuns no entorno das instituições da rede. Todo ano a premiação seleciona os melhores projetos desenvolvidos nos 29 países onde a Rede Laureate atua, e neste ano Danilo foi um dos selecionados para ter seu trabalho divulgado, por meio de publicação impressa e virtual para todo o mundo.

 Com apenas 21 anos, o ex-aluno da UnP desenvolveu o projeto por um ideal nobre. “A ideia não foi por um motivo pessoal, não tenho parentes ou amigos com deficiência visual, mas observei pessoas desconhecidas com essa limitação e vi o potencial de ajudá-las através da engenharia da computação”, conta Danilo, que explica todo o processo, da concepção do projeto até a classificação na premiação, ressaltando a importância do apoio que teve em todas as etapas.

“Comecei a trabalhar focado no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), tive o apoio e a orientação do professor Glaucus Brelaz, e em seguida, o projeto foi adotado pelo e-Labora, passando a contar com a estrutura da Universidade para desenvolver um protótipo. Com incentivo da Escola de Engenharias e Ciências Exatas o trabalho foi inscrito no Here for Good. Sem dúvidas a capacidade que a Escola tem para desenvolver projetos e as linhas de pesquisa oferecidas auxiliaram em todo o processo”, afirmou Danilo.

Agora, o desafio é buscar investidores para fomentar a produção e comercializar o equipamento em larga escala. “A sensação com essa seleção é inexplicável. Acreditar num projeto e chegar a esse ponto é uma conquista que não tinha noção”, avalia.

Tecnologia avançada

Entenda o Sistema de Auxílio ao Deslocamento para Deficientes Visuais (SADDV):

A ferramenta utiliza um conjunto de técnicas de localização e identificação de obstáculos baseadas na reflexão de ondas ultrassônicas e raios infravermelhos. 

As informações são captadas por sensores, processadas de modo a estimarem a distância, a constituição e o tamanho dos obstáculos para serem então transmitidas ao usuário através de uma interface háptica e sonora. 

3 O papel desses estímulos é aguçar o senso intuitivo do indivíduo a fim de que ele identifique com maior precisão as barreiras do cenário ao seu redor, bem como durante seu deslocamento sem que ocorra o toque ao objeto. 

O equipamento foi desenvolvido no Laboratório de Robótica e de Eletrônica da UnP. A equipe de pesquisa é composta por oito pessoas, entre alunos, professores, voluntários e colaboradores. 

Fonte:Tribuna do Norte

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