terça-feira, 29 de abril de 2014

Telexfree: líderes agora promovem de palmito a colchão

Depois de bloqueio da empresa, grandes divulgadores partem para outros negócios que prometem até jatinho como prêmio

Conhecido como o vendedor de espetinhos que, em um ano, foi transformado pela Telexfreeno proprietário de uma Ferrari 360 Spider, Pelé Reis se despede.
“Agradeço a todos que me acompanharam no projeto Telexfree”, diz em texto publicado em uma rede social. “Pelé Reis, a partir de hoje [23 de abril], estará iniciando um novo projeto naBBom."
A Telexfree teve as contas congeladas pelas Justiça do Brasil, em 2013, e dos Estados Unidos, no último dia 15, por acusação de que o negócio é uma gigantesca pirâmide financeira disfarçada de marketing multinível.
Antes de os bloqueios ocorrerem, Pelé e outros líderes – como são chamados os grandes divulgadores do negócio – fizeram fortuna na empresa. Em dezembro de 2012, durante um evento, ele recebeu um cheque simbólico R$ 3,1 milhões.
Com a Telexfree bloqueada, esses líderes passaram a promover outros negócios que, da mesma forma, apresentam-se como oportunidades de se ganhar milhares ou milhões de reais, além de carros de luxo com o que é apresentado como marketing multinível.
Nova empresa apoiada por Pelé também é acusada de ser pirâmide
Com uma liberação parcial obtida em novembro passado, o dono da empresa, João Francisco de Paulo, previu lucros ainda maiores para quem entrasse no negócio.
“Nosso negócio é lícito, praticado sob os parâmetros legais, reconhecidamente pelo Poder Judiciário", afirma João Francisco de Paulo, em nota à reportagem. "Entendemos que é salutar, para a opinião pública, saber que o nosso negócio está atraindo, inclusive, aqueles que outrora mantinham práticas diversas, advindos de outras empresas.” 
Marketing multinível de árvores e palmitos
No mesmo evento em que Pelé Reis ganhou R$ 3,1 milhões, o divulgador Janio Ariel Castagno Santos levou R$ 3,9 milhões da Telexfree. Hoje, promove a Luvre, que atua no mercado de venda de palmito pupunha e madeira. Para captar "eco-empreendedores", expressão utilizada pelos participantes, a empresa divulga que eles podem ganhar bônus de até R$ 100 mil – por dia –, e prêmios que vão de viagens internacionais a um jatinho.
“Não é simples um vendedor (eco-empreendedor) alcançar esses prêmios. Ele tem que trabalhar muito, ou seja, efetuar estratégias de venda de produto que possam premiá-lo”, ressalta um porta-voz da Luvre, em nota.
Sobre a participação de Janio Ariel, a nota alega que o projeto não tem como bloquear “a entrada de profissionais do mercado, mesmo que eles venham de empresas que sofreram bloqueio por terem sido consideradas pirâmides financeiras”, e que a Luvre “possui um plano de marketing amparado em análises técnicas e jurídicas.”
Fonte:Portal IG

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