terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sem acordo com Governo, policiais civis iniciam greve no RN

Hoje, as delegacias de Natal permaneceram com as portas fechadas, após o início da paralisação dos policiais civis do Estado, deflagrada desde às 8 horas. Somente as unidades de plantões e as regionais, espalhadas no interior do Rio Grande do Norte, funcionaram conforme a determinação do movimento grevista, que luta pela melhoria das condições de trabalho e de estrutura da instituição.
Já os agentes e escrivães se reuniram por volta das 9h na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol/RN), na Cidade Alta, para discutir os próximos passos da paralisação. Segundo o presidente da entidade, Djair Oliveira, o objetivo foi perceber os pontos positivos e os negativos do movimento.
“Infelizmente, apesar de todas as nossas tentativas de diálogo e negociações, o Governo do Estado não se pronunciou sobre as reivindicações feitas pela categoria, forçando-a a decretar a paralisação das atividades por tempo indeterminado. Ontem, tentamos pela última vez uma reunião com os representantes estaduais, sem sucesso, já que não houve a apresentação de um cronograma de atendimento da pauta”, explicou Djair.
Ele disse também que, ainda ontem, durante a última tentativa de entendimento pelos policiais civis, os representantes da comissão estadual, que faz todas as negociações com o funcionalismo público do Rio Grande do Norte, não levou nenhuma sinalização positiva para a pauta de reivindicações apresentadas pela categoria. “Isso, apesar de ter se comprometido, nos últimos dias, a dar respostas para os pleitos”, informou.
Além disso, conforme comunicado oficial do Sinpol, “pior que a não apresentação de um cronograma de atendimento de pauta, foi a declaração do presidente da comissão, o secretário de Administração Álber da Nóbrega, que esbravejou e declarou que não tinha o poder de entrar em acordo com a categoria, reforçando o sentimento de descrédito dos policiais em relação a esta mesa, que, para eles, foi criada apenas para provocar na opinião pública uma falsa sensação de que esta administração está negociando”.
Será suspenso o atendimento ao cidadão nas delegacias distritais e especializadas. Serão garantidos os 30% de funcionamento dos serviços, em respeito à Lei de greve (desta maneira continuará normal o trabalho no CIOSP e setores administrativos). As delegacias de plantão funcionarão apenas para lavraturas de flagrante, sem fazer registros de ocorrências e demais procedimentos.
Delegacia virtual
Por causa da greve dos agentes e escrivães da Polícia Civil, que deve ser complementada nesta quinta-feira pela paralisação de 24h dos delegados, a direção da instituição emitiu nota oficial com orientações à população. Além das delegacias de plantão das zonas Norte e Sul, que funcionarão permanentemente durante a mobilização, as pessoas podem também registrar sua ocorrência via internet, através da Delegacia Virtual.
O acesso ao atendimento online pode ser feito pelo site da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed). Ao abrir a página, basta clicar no link da Delegacia Virtual  e preencher o formulário.
No entanto, a Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol) alerta que somente os casos ocorridos no Estado e relacionados à perda, furto ou roubo de documentos pessoais e telefones celulares serão registrados pelo atendimento online. O procedimento é gratuito e funciona 24 horas.
Itep decide hoje se para atendimentos
Já os servidores do Instituto Técnico Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) se reúnem hoje à noite para decidirem se deflagram ou não a greve por tempo indeterminado. Eles lutam há mais de quatro anos pela criação do Estatuto e da Lei Orgânica da categoria e, se aprovarem o indicativo pela paralisação das atividades, interromperão os serviços já a partir da próxima segunda-feira, dia 12 de agosto.
Neste caso, todos os serviços periciais, emissões de certidões negativas e de carteiras de identificação civil, entre outros documentos, serão suspensos. E apenas os procedimentos de flagrantes delitos, perícias de locais de crimes e recolhimento de cadáveres continuarão sendo realizados.
Além da morosidade em criar o Estatuto e a Lei Orgânica, que ainda deve passar pela Assembleia Legislativa para aprovação pelos deputados estaduais, os servidores do Itep/RN também reivindicam um reajuste salarial, que conforme Djair Oliveira, não ocorre há mais de sete anos. Para ele, esses são os principais fatores de desmotivação da categoria.
Fonte:JH

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