quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ideb dá notas diferentes para ensino no RN

O Rio Grande do Norte  atingiu nota 4,1 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos iniciais do ensino fundamental em 2011. Um aumento de 0,4 ponto tendo em vista que a meta do Estado era  3,8 pontos. Apesar do avanço, o RN ficou abaixo da média nacional (5,0) e da média regional (nordeste) que foi 4,2. Os dados da última edição do Ideb foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC. Enquanto a meta para a educação básica foi atingida, o Ideb do ensino médio  regular no RN não apresentou nenhum crescimento em relação a 2009. A meta estabelecida era de 3,2 pontos, mas se manteve em 3,1 pontos.

O indicador avalia a qualidade do ensino do país a partir das taxas de aprovação e do desempenho de escolas, municípios e estados na Prova Brasil). Desde a criação do indicador, em 2005, foram estabelecidas metas que devem ser atingidas a cada dois anos por escolas, prefeituras e governos estaduais.

 A média nacional foi de 5 pontos, com Minas Gerais e Santa Catarina como os estados com maiores pontuações, de 5,9 e 5,8, respectivamente. O Nordeste apresenta os índices mais baixos do Ideb nos anos finais do ensino fundamental. A média na região é de 3,5 pontos, acima da meta projetada de 3,3 pontos. O destaque da região foi o Ceará, com 4,2 pontos, acima da meta projetada. Alagoas teve a pior marca do país, com 2,9 pontos, mesmo índice registrado em 2009.

A leitura dos dados mostra um desafio insistente no ensino brasileiro: a situação tem melhora no início da educação básica, mas piora com o passar dos anos e dos ciclos. Apesar de a meta nacional do ensino médio, de 3,7, ter sido atingida nesta etapa, os sistemas estaduais de dez unidades da Federação apresentaram índices inferiores aos da edição de 2009. O Inep estipulou uma meta nacional de 5,2 para ser alcançada no ensino médio em 2021. Além das metas estaduais e nacional, o Ideb traça metas para cada escola.

Na comparação com 2009, considerando redes estaduais, caíram de desempenho Rondônia, Acre, Pará, Paraíba, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, admitiu que o fraco desempenho do ensino médio no Ideb é "um imenso desafio". Segundo ele, os problemas são conhecidos e o governo se prepara para enfrentá-los. "Um fator claro é a estrutura curricular, muito extensa. São 13 disciplinas, que chegam a 19 se consideradas as disciplinas complementares. São muitas matérias."

Outro fator é o número elevado de estudantes do ensino médio que estudam de noite. "O rendimento é comprometido porque muitos desses alunos trabalham e, com tantas disciplinas, eles ficam desestimulados." De acordo com o Inep, a rede estadual é responsável por cerca de 97% da matrícula do ensino médio na rede pública, o que torna a questão uma responsabilidade dos governos locais. O avanço do Ideb no ensino médio é mais lento que o observado nos dois ciclos do ensino fundamental.

Embora o Ideb do ensino médio tenha subido de 3,6 para 3,7 (considerando todas as redes de ensino), o índice das redes estaduais ficou estável - manteve-se em 3,4. O Ideb da rede privada nesse nível de ensino é de 5,7. Segunda melhor do País, a rede estadual paulista ficou com 3,9 em 2011, ante 3,6 em 2009. Santa Catarina é o Estado que obteve a maior nota, 4,0; Alagoas, a que obteve a pior, 2,6.

Segundo Maria do Pilar Lacerda, ex-secretária de Educação Básica do MEC, que saiu do ministério com a chegada de Mercadante, o formato da escola não dialoga com os adolescentes. "A gente nunca ousou suficientemente na organização dos ensinos fundamental 2 e médio e não conseguiu avançar mais." Ela diz que o novo currículo do ensino médio deve trazer resultados.
 
 Fonte:tribuna do norte

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