O conhecimento e o interesse de investir começaram há um ano, quando os produtores receberam orientações de técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura em parceria com Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Diante do interesse de empresas que beneficiam leite de cabra na região, a secretaria foi procurada para iniciar um cadastramento dos produtores interessados em negociar leite de cabra e teve de mostrar o potencial desse negócio aos criadores.
"No início, os produtores tinham receio de investir no negócio. Mas hoje percebem que o produto, além de exigir um investimento menor, é mais valorizado do que o leite de vaca, por exemplo", ressalta Sanimarcos Firmino, secretário de Agricultura.
Um destes produtores é Raimundo Melquíades de Melo, do Projeto de Assentamento Terra de Esperança, conhecido também como sítio Pitomba, zona rural do município. Seu Raimundo planta na lavoura, mas também investe na criação de caprinos. Após receber as instruções para investir na produção de cabras leiteiras, decidiu construir um cercado para a ordenha das cabras.
"Ainda estou produzindo pouco, cerca de dez, doze litros por dia, mas minha meta é aumentar os animais e conseguir 20 litros de leite de cabra por dia", entusiasma-se Raimundo.
Se atingir essa meta, Raimundo vai conseguir apurar mais de setecentos reais por mês só com o leite de cabra a um custo muito reduzido de menos de 20% desse valor.
Atualmente ele está com trinta animais e espera aumentar o rebanho de caprinos assim que a produção de leite de cabra for aumentando. "É um negócio que tem dado certo pra mim e está me ajudando a crescer o rebanho", ressalta Raimundo.
Depois de cadastrados e de montada, a Associação dos Produtores de Leite de Governador (ASPROLGOV), os criadores de caprinos passaram a contar com uma organização nas negociações e conseguem vender para a indústria de beneficiamento o litro de leite de cabra ao preço de R$ 1,30 - cinquenta centavos a mais do que o que é pago hoje pelo leite de cabra. Hoje a produção média semanal que é entregue à Associação é de 300 litros de leite de cabra e vem crescendo de forma gradativa. A meta é que em breve essa quantia possa chegar a 600 litros de leite de cabra por semana. No total são entregues 900 litros de leite - 600 litros de leite de vaca.
O motivo dessa valorização se deve ao mercado consumidor nacional que já percebeu os benefícios nutricionais do leite de cabra, menos gorduroso e mais nutritivo que o de vaca, além de ser produzido a um custo bem menor. "Hoje a indústria de lacticínios vem se mostrando disposta a comprar a produção de leite de cabra disponível para usar em diversos produtos, incluindo o leite em pó, queijos e outras variedades", ressalta Sanimarcos.
Fonte:jornal de fato
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