terça-feira, 23 de novembro de 2010

Concurseiros optam por longa jornada de estudos

A amplitude vocabular do português propicia, a cada dia, a criação de novas palavras, os neologismos. Nos últimos anos, criou-se um termo que se difundiu rapidamente: concurseiros. Em suma, trata-se daquelas pessoas que dedicam tempo integral aos estudos e à prestação de concursos públicos. A maioria deles são  jovens que buscam autonomia financeira e estabilidade econômica, como a estudante Elione Luna, de 22 anos.

Emanuel AmaralAldo Rocha, do IAP Cursos, explica que o candidato precisa ter uma leitura correta dos editaisAldo Rocha, do IAP Cursos, explica que o candidato precisa ter uma leitura correta dos editais
“Dedico em média 13 horas diárias aos estudos. Isso é disciplina e comprometimento”. Nos últimos sete meses ela tem se dedicado exclusivamente às aulas no cursinho e ao estudo individualizado em casa, com o objetivo de ser aprovada num concurso. E deu certo. Elione já participou de três concursos e foi aprovada em um deles. “Passei no primeiro concurso que fiz para a UERN e me empolguei para tentar algo melhor. Meu objetivo é a área jurídica”. Segundo a estudante, o apoio da família e a compreensão dos amigos são fundamentais para o sucesso do concurseiro.

A preparação do candidato começa com a correta leitura do edital, aponta o diretor do IAP Cursos, Aldo Rocha. Quando lançado, o conteúdo que compõe o edital tem que ser lido com muita atenção pelos candidatos. Pois, a partir dali, ele pode ou não continuar com o intuito de concorrer à vaga. “O candidato deve frisar os principais pontos que são: data da prova, escolha do nível de ensino e as disciplinas que serão cobradas para o cargo escolhido”.

 De acordo com Aldo, a maioria dos candidatos começa a se preparar antes do lançamento do edital devido à similaridade das disciplinas cobradas entre os concursos da área jurídica, por exemplo. Porém, com o edital em mãos, o candidato deve focar nas disciplinas e assuntos informados e traçar a estratégia de estudo que contemplo todo o conteúdo programático. A frequência regular às aulas, o estudo diário e uma equipe de professores são diferenciais que levam à aprovação, garante o diretor.

Com salários altos e estabilidade empregatícia, o setor público tem atraído cada vez mais candidatos. No último concurso aberto pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para o preenchimento de vagas no nível médio, por exemplo, a concorrência chegou a 700 candidatos por vaga. “São muitos candidatos, é fato, mas nem todos estão preparados”, analisa Elione Luna.

Ela concluiu o ensino médio e optou por estudar apenas para concursos. “Quero primeiro conquistar um bom emprego e depois darei início ao ensino superior, pretendo estudar Direito”. Elione chega a ser uma exceção diante da realidade das salas de cursinhos preparatórios para concursos atualmente. A maioria dos candidatos é formada, concorre a vagas para cargos de nível médio e busca salários maiores, diferentes da realidade do mercado da sua formação acadêmica. Cada candidato investe, em média, cerca de R$ 1,6 mil com cursinho, inscrição dos concursos e gastos extras. A média salarial dos cargos públicos de nível médio é de R$ 2,2 mil.

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