terça-feira, 12 de outubro de 2010

Especialista dá dicas de como ter boas maneiras profissionais

Nesses dias quando estamos todos conectados e não podemos fazer quase nada sem nossos computadores ou acesso online, criam-se expectativas sobre nossa disponibilidade e a rapidez (ou lentidão) com que respondemos às inúmeras mensagens que abarrotam nossas inboxes. Claro que muitas coisas variam de cultura para cultura e também de contexto (pessoal x profissional, por exemplo), mas podemos dizer que existe uma etiqueta a respeito do assunto e vale a pena pensar sobre ela.
A tecnologia da comunicação trouxe benefícios e facilidades para todos nós, mas com ela também perdemos um pouco de privacidade e direito a um tempo nosso, onde podemos apenas estar, sem ter que resolver problemas, responder perguntas ou agendar eventos. Perdemos também um pouco da nossa intimidade e muitas vezes nem sabemos que tipo de informação a nosso respeito está disponível online.
A facilidade de achar e ser achado a qualquer momento deixa as pessoas um pouco impacientes, com vontade de resolver tudo imediatamente e o que no passado poderia esperar até o outro dia, é frequentemente conversa que se dá pelo celular ou através de um email depois do expediente, sempre em tom urgente. É muito mais fácil controlar ou criar regras para nossas vidas pessoais, mas o que fazer com os comunicados profissionais?
Qual o tempo certo para responder a uma mensagem de trabalho? A resposta varia de acordo com a prioridade , o assunto e remetente, mas pessoalmente acho que todas as mensagens profissionais devem ser respondidas (quando não urgentes) dentro de no máximo 24 horas. Mesmo que não tenhamos resposta ou não possamos resolver a questão dentro desse período, vale a pena comunicar que recebemos a mensagem e estamos tratando do assunto, ou esperando a resposta de alguém ou até mesmo somente para dizer que não podemos ajudar. Isso informa à pessoa que sabemos que a mensagem é importante e entendemos como nos encaixamos no tema.
Devemos estar atentos aos pedidos feitos nas mensagens. Existem documentos anexos que devem ser lidos ou perguntas específicas as quais devemos responder, seja apenas com um sim ou não? Existe um prazo para resposta? A resolução de certos assuntos depende da nossa participação? Tudo isso deve fazer parte do que levamos em consideração ao decidir quando e o que responder.
Assinalar de alguma maneira o que está pendente também ajuda para que as mensagens não se percam dentre tantas outras. Algumas pessoas marcam as mensagens como não lidas para que continuem em negrito, outras criam pastas especiais com nomes que identificam facilmente o que está lá armazenado. Cada um tem seu método, o importante é ter algo que nos faça lembrar do que ainda precisa de resposta.
Existe um outro tipo de etiqueta que deve ser considerada do ponto de vista profissional: o das redes sociais. Todo cuidado é pouco com as informações e conteúdo de nossas páginas nos diversos sites. É importante lembrar que a Internet é uma grande vitrine e que nela é possível encontrar muitas informações a nosso respeito, sejam menções em outros sites, artigos, blogs, etc. Mesmo que escolhamos que nosso conteúdo e fotos no Facebook, por exemplo, somente possam ser vistos por pessoas nas nossas listas de contato, é preciso ter muita atenção com os grupos aos quais pertencemos, as comunidades nas quais circulamos, etc. Se você está procurando emprego, é bastante provável que seus possíveis empregadores façam uma busca para ver que tipo de informações estão disponíveis a seu respeito.
Imagine se você pertence a um grupo chamado “Eu Odeio o Meu Chefe” ou “Detesto Trabalhar”? É claro que muitos entenderiam isso apenas como uma brincadeira e dependendo do emprego, poderia até ser algo bom (se você quer trabalhar em um programa de humor ou escrever para uma revista irreverente), mas não se pode ter certeza e não vale a pena arriscar. O mesmo pode ser dito sobre fotos – até por motivos óbvios de segurança, considere que milhões de pessoas diariamente podem ver você de biquíni ou dizendo onde mora, que lugares frequenta ou outras informações pessoais que deveriam estar disponíveis apenas aos mais próximos.
Sempre que colocar conteúdo ou se juntar a algum grupo, considere que pessoas de diferentes esferas podem ter acesso a essa informação. Qual será a repercussão? Você vai se sentir mal se o seu chefe, a mãe da sua namorada ou a vizinha tiverem acesso? Essa é uma pergunta que pode servir como um bom guia.
Em última instância, o bom senso deve imperar para que sua reputação profissional e sua privacidade sejas resguardadas.
* Ayla tem mais de 15 anos de experiência na área de educação de jovens e adultos à distância, tendo atuado em dois dos canais na televisão pública dos Estados Unidos, o Thirteen/WNET, em Nova York e KQED, Inc. em São Francisco. À frente de projetos educativos, trabalhou com várias organizações comunitárias, agências municipais, educadores e outros profissionais voltados ao ensino de adultos. De 2007 a 2008, Ayla trabalhou no Google, em Mountain View, Califórnia, com projetos ligados à área de WEB 2.0, tais como criação de conteúdo e gerenciamento de comunidades on-line. É trilingue (português, inglês e espanhol) e recentemente voltou a viver no Brasil.

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