O ato de observar o sol, a lua, os planetas e o espaço pode ficar mais popularizado no Rio Grande do Norte. Pelo menos se depender do professor Antônio Araújo, que já desenvolve o projeto Jornada Astrônomica em cidades do RN e agora foi selecionado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) para participar de curso na Escola de Física do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), na cidade de Genebra, Suíça. Conhecido como um dos maiores laboratórios de física do mundo, responsável pela criação da internet e por pesquisas sobre a criação do universo, o Cern vai repassar conhecimentos que poderão ser aplicados na rotina de trabalho do professor tanto em sala de aula quanto no projeto que está percorrendo as diversas regiões do estado. A visita ao Cern ocorrerá de 5 a 10 de setembro.
As inscrições para a Escola de Física Cern foram destinadas a professores brasileiros de física que atuam no ensino médio. O professor Antônio representará a região Nordesteao lado de outro professor do IFRN da Bahia. No ano passado, o Campus Natal-Central foi representado pelo professor Gilberto Morel. Para se ter uma ideia da concorrência da seleção, foram inscritos 206 professores e selecionados apenas 20 em todo o país. O estado de São Paulo inscreveu 71 professores, mas apenas 7 foram classificados.
O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares é um dos principais laboratórios de pesquisa em física no mundo. É o responsável pelo maior acelerador de partículas já construído para estudar a origem do universo, o Large Hadron Collider (LHC). Dentre os seus diversos programas, o CERN mantém um de educação destinado a professores de diversos países, do qual constam visitas às suas instalações e laboratórios, além de cursos sobre tópicos de física, ministrados no idioma dos participantes. A Escola de Física é um programa de educação destinado a professores de diversos países da Europa. Graças às negociações de pesquisadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) com centros portugueses foi feito um acordo para incluir brasileiros no programa.
"A grande expectativa está em torno do LHC que estuda coisas pequenas e transforma em coisas menores ainda. Ele quebra pequeníssimas partículas para ver o que tem dentro, estuda o infinitamente pequeno para compreender a grandiosidade do universo, é um exemplo de nanotecnologia , explica, esclarecendo que para se entender a importância das pesquisas de física do Cern, basta saber que os enormes computadores que levaram o homem à Lua tinham uma memória menor do que a utilizada hoje pelos celulares.
Origem difícil
Natural da pequena cidade paraibana de Solânea, o professor Antônio Araújo tem origens humildes, seu pai era um pedreiro que criou dez filhos. Sua dedicação à física e astronomia chegou a contagiar um dos seus filhos, George Barbosa Araújo, também foi selecionado para visitar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, considerado o melhor laboratório de física do Brasil.
O professor Antônio Araújo formou-se em física pela UFRN em 1978 e trabalha no Departamento de física do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN) desde 1985. Atualmente dá aula na disciplina de "Astronomia observacional e fundamentos de cosmologia", mas também trabalha com física experimental e metodologia do ensino da física em turmas do ensino médio e superior
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