O acervo completo de poemas de Vinicius de Moraes acaba de ser colocado à disposição gratuitamente na Biblioteca Brasiliana USP.
São 15 livros doados pelo empresário e bibliófilo José Mindlin (1914-2010), que em breve vão integrar a coleção da biblioteca física e homônima que está sendo construída na Universidade de São Paulo (prevista para ser inaugurada em 2012).
Entre as obras em destaque estão a primeira compilação de Vinicius, O caminho para a distância (1933), a primeira edição de Orfeu da Conceição (1956) e o Livro de sonetos (1957), um dos mais populares livros do “poetinha”.
Este ano completam-se 30 anos da morte do carioca. O diplomata, dramaturgo, crítico de cinema, poeta e cronista da grande imprensa tornou-se uma das figuras centrais da música popular brasileira como compositor e letrista. Foi um dos pilares da Bossa Nova e parceiro de Antônio Carlos Jobim, Francisco Buarque de Hollanda, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Para deixar a terça-feira mais apaixonada, eis o Soneto de fidelidade (do livro Poemas, sonetos e baladas, de 1946), nunca demais na vida de ninguém:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
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